Saúde/bem-estar
23/11/2020 às 10:00•2 min de leitura
Astrônomos da Universidade da Califórnia detectaram milhões de sinais de potencial civilização inteligente emitidos de cerca de 31 estrelas semelhantes ao Sol, através de observações realizadas com a ajuda do Telescópio Green Bank, localizado na Virgínia Ocidental, Estados Unidos.
A pesquisa, realizada desde abril de 2018, contou com uma busca de cerca de 4 horas de duração, resultando na identificação de mais de 26 milhões das chamadas tecnoassinaturas, emissões de ondas de rádio de baixa frequência que poderiam apontar a existência de inteligência extraplanetária. As informações foram divulgadas em um artigo publicado na revista The Astrophysical Journal.
Segundo os astrônomos, a detecção das fontes surge como uma significativa contribuição para o projeto SETI (Search for Extraterestrial Intelligence), enquanto buscam encontrar, ofuscados em comprimentos de onda, sinais claros da utilização de tecnologia por parte de outras civilizações.
“Nossa pesquisa pode detectar o Radar Planetário de Arecibo a distâncias de mais de 400 anos-luz. E pode detectar um transmissor que é até mil vezes mais poderoso do que Arecibo — uma melhoria trivial para uma civilização avançada — até o centro da galáxia”, comentou Jean-Luc Margot, autor do projeto. “O volume da galáxia que pode ser coletado com uma busca de rádio por tecnoassinaturas é imenso.”
Curiosamente, foi comprovado que a maior parte dos dados colhidos pelo telescópio são provenientes do próprio planeta Terra, que acabou levando sua radiação de radiofrequência para locais remotos do espaço através dos equipamentos eletrônicos. Felizmente, a localização surge com mais otimismo do que pessimismo, já que marca a eficácia do método na identificação dos sinais de rádio.
A próxima etapa do projeto deverá consistir na superação de uma das maiores barreiras para a compreensão de possíveis tecnossinaturas alienígenas: a RFI. Conhecida como interferência de radiofrequência, a anomalia é capaz de mascarar as dimensões das ondas e dificultar seu processamento de dados. “As RFI poderiam potencialmente ocultar um sinal extraterrestre”, disse Margot.
No momento, os cientistas conseguem filtrar, com precisão, cerca de 99% das RFI, na tentativa de encontrar sinais de origem antropogênica, que ocorrem em oposição aos naturais. Porém, com as dezenas de milhões de frequências espalhadas, cada 1% conta na tentativa de lidar com tecnologia extraplanetária.