Desflorestamento da Amazônia atinge ápice desde 2008

03/12/2020 às 10:002 min de leitura

O desmatamento da Amazônia atingiu os maiores índices desde 2008 durante o ano de 2020, é o que diz um novo estudo feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Após 12 longos anos, os registros de casos de queimadas, derrubada de árvores e destruição do ecossistema atingiram uma nova alta.

Conforme os dados apresentados pelo Inpe através de imagens de satélite da região, foram pelo menos 11.088 km² de mata desflorestados somente neste ano. A méritos de comparação, os ataques ao meio-ambiente destruíram 12.911 km² de floresta em 2008.

Destruição da floresta amazônica

(Fonte: Wikimedia Commons)
(Fonte: Wikimedia Commons)

Depois de ter atingido os níveis mais baixos em 2012, os níveis de desflorestamento da Amazônia têm subido gradativamente desde então. As taxas ainda são significativamente menores dos que as registradas no fim dos anos 1990 e no começo dos anos 2000, mas já começam a despertar um grande alerta das instituições protetoras da natureza.

De acordo com alguns especialistas, os recursos provenientes da floresta amazônica estão tão esgotados que a situação tem progredido para um ponto onde dificilmente será possível recuperá-la dos danos causados pelo ser humano.  

Entre as principais causas apontadas como grande ameaça para os “pulmões do Brasil” está o agronegócio. A crescente demanda mundial por carne, soja e outros commodities faz com que diversos produtores destruam o habitat para liberar espaço para plantações e criação de gado.

Razões para crescimento em 2020

(Fonte: Wikimedia Commons)
(Fonte: Wikimedia Commons)

Em entrevista para o portal NBC News, o diretor do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, André Guimarães, destacou que a pandemia do novo coronavírus pode ter sido um fator-chave para que os números de desflorestamento da Amazônia crescessem tanto em 2020.

Segundo o líder da ONG voltada para a conservação da floresta brasileira, os surtos de covid-19 diminuíram consideravelmente a quantidade de patrulheiros e agentes do governo na região, facilitando as ações criminosas contra a natureza. 

Além disso, muitas pessoas colocam a culpa dos problemas no norte do país no governo do presidente Jair Bolsonaro. Em algumas ocasiões durante o ano, Bolsonaro teria ‘fechado os olhos’ para a situação e evitado aplicar multas em empresas e produtores que ultrapassassem a legislação ambiental.

Numa de suas declarações polémicas, o líder do governo nacional chegou a acusar o ator Leonardo DiCaprio e a ONG WWF de “tacarem fogo na Amazônia” por interesses pessoais.

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