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07/12/2020 às 04:00•2 min de leitura
Um trabalho publicado no mês passado na revista científica Astrobiology reforça o argumento de que a vida inteligente no Universo é excepcionalmente rara, e afirma que uma ocorrência similar à da Terra em outros planetas dependeria de transições evolutivas análogas às nossas.
Andrew Snyder-Beattie e colegas, os autores do estudo, explicam que a primeira transição é a abiogênese, a criação de moléculas orgânicas a partir de forças que originalmente não são organismos vivos. Depois, vem a eucariogênese, que determina a diversidade celular. Finalmente, há a reprodução sexual, o desenvolvimento de organismos celulares e também a inteligência.
A pesquisa concentrou-se em examinar o tempo e a frequência das transições. Alguns fenômenos, como a vida eucariótica, que derivou de precursores procarióticos após mais de um bilhão de anos, é um evento muito menos provável do que a vida celular, que teve origem independente, diz o estudo.
Para os cientistas o processo de desenvolvimento da vida na Terra “demorou aproximadamente 4,5 bilhões de anos para que uma série de transições evolutivas, resultando em vida inteligente, ocorresse na Terra”. Como a crescente luminosidade do Sol tornará o planeta inabitável para a vida complexa, pode-se afirmar que a inteligência só apareceu no ocaso da vida na Terra.
A abiogênese é citada como uma prova de que a vida simples deve ser bastante comum no Universo. Dessa forma, utilizando o tempo de cada transição, os cientistas fizeram estimativas sobre as taxas de transição para determinar a probabilidade da ocorrência de cada uma, ainda que a ocorrência tenha sido única na Terra.
O estudo corroborou os argumentos do cosmólogo britânico que afirmou em 1976 que “o Universo deve ter as propriedades que permitam que a vida se desenvolva dentro dele em algum estágio de sua história”.
Conforme os pesquisadores, o seu trabalho tem duas importantes consequências. A primeira aponta para a possibilidade de existência de vida inteligente na órbita de estrelas menores e mais fracas do que o nosso sol. Exoplanetas são comuns ao redor dessas anãs vermelhas, mas o modelo sugere que esses mundos têm 10 mil vezes menos probabilidade de serem habitáveis.
A outra consequência, mais palatável para quem acredita em ET’s, afirma que a vida terrestre possa ter começado em outros planetas, como Marte por exemplo.