Estilo de vida
09/12/2020 às 03:00•2 min de leitura
Na última quinta-feira (03), astrônomos da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, revelaram o mapa 3D mais detalhado da Via Láctea já feito até hoje. O trabalho traz uma abordagem inédita sobre o funcionamento da nossa galáxia, e revela informações adicionais do Universo.
O imenso atlas eletrônico foi compilado a partir de dados obtidos pelo observatório Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA), satélite que, desde o seu lançamento em dezembro de 2013, tem coletado imagens do espaço, estando hoje a quase 1,5 milhão de quilômetros da Terra.
A órbita do observatório está em um dos cinco Pontos de Lagrande, regiões estáveis do Sistema Solar em que a gravidade dos corpos celestes se cancela. Com isso, os objetos ficam parados, o que, para o observatório de Gaia, representa um consumo mínimo de combustível para manter sua localização.
A distância da Terra é útil para evitar que a poluição luminosa atrapalhe a visão das estrelas. As câmeras de Gaia são as maiores e mais poderosas já instaladas no espaço. Conhecidas como CCD’s, são capazes de medir o diâmetro de um fio de cabelo a mil quilômetros de distância.
O objetivo principal da missão Gaia é pesquisar mais de um bilhão de estrelas na Via Láctea, e além dela. O resultado desse censo astronômico tem sido analisado por astrônomos que tentam explicar a formação e a evolução da nossa galáxia, e obter uma visão sobre outras áreas da astronomia.
As informações utilizadas no mapa 3D atual foram retiradas do terceiro relatório divulgada pela missão, o Gaia EDR3. O mapa permite que os cientistas possam medir a aceleração do nosso Sistema Solar em relação ao resto do Universo. Essa velocidade se altera em 0,23 nanômetros por segundo, o que nos “empurra” sete milímetros por segundo em direção ao centro da Via Láctea.
Esse deslocamento representa cerca de 115 quilômetros ao longo de um ano. Conforme os pesquisadores, essa é a primeira medição da curvatura da órbita do Sistema Solar em torno da galáxia já feita até hoje. As novas informações permitem também esclarecer questões sobre a formação do Sistema Solar e a taxa de expansão do Universo.