Artes/cultura
09/12/2020 às 10:10•2 min de leitura
Na última segunda-feira (7), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu alerta sobre um possível primeiro caso positivo, no país, de Candida auris, um fungo resistente a medicamentos, que tem causado infecções hospitalares no mundo inteiro, tornando-se um dos microrganismos mais temidos da atualidade.
Além de resistente a medicamentos, a infecção pela C. auris também pode ser fatal. Estimativa de órgãos de saúde de diversos países reportam que as infecções invasivas pelo organismo tenham levado à morte de 30% a 60% dos pacientes infectados.
O exemplar identificado no Brasil estava, segundo a Anvisa, em uma “amostra de ponta de cateter de paciente internado em UTI adulto em hospital do estado da Bahia”. A amostra foi analisado pelo Laboratório Central de Saúde Pública Professor Gonçalo Moniz (Lacen-BA) de Salvador, e também pelo Laboratório do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Embora a amostra ainda tenha que ser submetida a análise fenotípica e sequenciamento genético, a Anvisa recomenda que todos os serviços de vigilância do país reforcem a vigilância laboratorial ao fungo, além de outros medidas de controle e prevenção, para evitar a ocorrência de um surto no Brasil.
Conforme o jornal americano The New York Times, o chamado superfungo infecta preferencialmente pessoas internadas em hospitais que estejam com o sistema imunológico enfraquecido, alojando-se rapidamente em lugares inusitados. Ocorrências já foram registradas em mais de 30 países em todos os continentes.
O Candida auris foi identificado pela primeira vez em 2009 no canal auditivo de uma paciente no Japão, embora retrospectivas já registrassem infecções com o microrganismo em 1996, na Coreia do Sul. Na América Latina, o primeiro surto ocorreu na Venezuela entre 2012 e 2013, atingindo 18 pacientes.
O fungo C. auris se instala na corrente sanguínea das pessoas, causando infecções. Os principais sintomas são febre, dores e fadiga, o que pode ser confundido com outras infecções fúngicas. Mas, em pacientes já debilitados, essa manifestações podem ser fatais se não tratadas.
E é justamente o tratamento a grande preocupação das autoridades de saúde. Apesar de a maioria dos casos poder ser tratada com antifúngicos chamados equinocandinas, há registros crescentes de resistência ao remédio.