Artes/cultura
22/12/2020 às 13:00•2 min de leitura
Todos os anos, quando o Natal se aproxima, muito se questiona sobre a veracidade histórica do nascimento de Jesus em uma manjedoura, na cidade de Belém. Um dos elementos presentes no presépio que frequentemente chama a atenção dos cientistas é a estrela que, segundo o evangelista Mateus, guiou os três magos até o local do nascimento.
A questão persiste já por mais de 2 mil anos, com os religiosos defendendo uma explicação baseada na fé, enquanto historiadores buscam uma explicação científica. A novidade, neste ano sofrido de 2020, é que uma das teorias propostas para a estrela de Belém, a de uma conjunção entre os planetas Júpiter e Saturno, aconteceu na última segunda-feira (21).
Será, portanto, que aquilo que vimos, e fotografamos com nossos smartphones, foi o mesmo que os reis magos observaram há mais de 2 mil anos? Afinal, se o relato bíblico for uma indicação de um acontecimento histórico, é correto pensar que muitas pessoas se lembrem de ter visto um astro brilhante no céu, principalmente num tempo em que as estrelas iluminavam as noites.
Essa teoria parte de um princípio de que havia fisicamente um objeto brilhante no céu, o que poderia ter sido uma conjunção entre planetas e estrelas. Não seria errado pensar que o fenômeno ocorrido na noite de Belém tenha sido parecido com o ocorrido na última segunda-feira, com os dois planetas, Júpiter e Saturno, em uma grande aproximação, entre si e em relação à Terra.
É bastante comum que esse tipo de evento se repita por algumas noites, em um local semelhante, durante dias ou até mesmo semanas. Em entrevista à publicação científica All About Space, o professor de astrofísica teórica e cosmologia da Universidade de Notre Dame em Indiana nos EUA, Grant Mathews, explica o fenômeno.
Defensor de uma grande conjunção, que teria ocorrido entre Júpiter, Saturno, a Lua e o Sol na constelação de Áries em 17 de abril de 6 a.C., o professor Mathews afirma que o fato de os Magos perderem a estrela de vista, até vê-la pousar no lugar onde o menino Jesus nasceu, deve-se a um movimento retrógrado de Júpiter, que parece mudar de direção no céu noturno conforme a órbita da Terra o ultrapassa.