Estilo de vida
29/12/2020 às 07:00•2 min de leitura
Não há consenso a respeito da origem e da evolução da vida. A própria palavra “vida” possui diversas definições, o que torna ainda mais difícil responder uma das questões mais fundamentais da Biologia: como foi o primeiro organismo do planeta?
A visão deste cientista esquecido pela História tem ganhado cada vez mais espaço atualmente, pois ele propôs um modelo que pode ser justamente ou algo muito próximo do mais simples ser vivo que já existiu.
Tibor Gánti, cientista teórico húngaro, nasceu em 1933 e trabalhou durante a época da Cortina de Ferro, barreira ideológica entre os mundos capitalista e comunista que impedia a ciência de fluir em benefício de toda a espécie humana. Em consequência, seus livros jamais foram traduzidos para idiomas mais acessíveis internacionalmente.
Além disso, há relatos descrevendo o biólogo como alguém que tinha dificuldade para trabalhar em equipe, muitas vezes preferindo ser recluso.
Em 2019, Gánti faleceu ainda relativamente desconhecido no próprio meio acadêmico. Contudo, suas ideias e seu modelo da forma mais simples de vida possível, chamado “Chemoton”, estão sendo cada vez mais discutidos e respeitados.
De maneira resumida, Gánti afirmou que a forma de vida mais simples possível precisa ser composta de genes, metabolismo e uma membrana, todos conectados. O metabolismo produz o que sustenta os genes e a membrana, e a forma genética exerce influência no formato da membrana.
Esta unidade é auto-replicante e, por ser tão simples, provavelmente se reproduziria com sucesso tanto na Terra, quanto em outros meios bioquímicos.
A ideia de Tibor Gánti vai totalmente na direção oposta de hipóteses minimalistas ainda amplamente consideradas viáveis, como a de que a vida começou com apenas um RNA. Algo que chama atenção é que, mesmo sendo um modelo integralista, o Chemoton ainda é extremamente simples.
Um estudo realizado por Sara Szymkuc através da Polish Academy of Sciences, na Varsóvia, aponta que centenas de elementos essenciais à vida podem partir de apenas seis elementos químicos, entre eles água e metano.
Pesquisas assim buscam criar em laboratório modelos como o Chemoton, mas ainda não foi possível alcançar nenhum deles.