Estilo de vida
30/12/2020 às 13:00•2 min de leitura
O Mount Wingen, situado em New South Wales, região do sudeste da Austrália, ganhou o apelido de “Montanha Ardente” (em inglês, “Burning Mountain”) devido ao raro fenômeno da contínua queima de carvão em seu subsolo, abaixo a uma camada de arenito.
Até existem outros episódios similares no mundo, como o de Jhaira, na Índia, que já dura 100 anos, ou o de Centralia, nos EUA, que condena um povoado há décadas. Mas o caso australiano é o único que está queimando há impressionantes seis mil anos.
O incêndio foi datado com base na sua atual velocidade de queima em relação a área que já atingiu. A camada de carvão está 30 metros abaixo da superfície, então o que se vê são os seus efeitos na vegetação e no solo da montanha, além da liberação de fumaça e gases tóxicos.
Como o oxigênio é limitado no subsolo, a queima é inevitavelmente lenta. Contudo, conforme visto em outros casos no mundo, a mineração e outras atividades humanas podem ajudar a acelerar o processo, ao fornecer acesso ao ar da superfície.
Cientistas debatem que a origem do fogo da Montanha Ardente pode ter sido natural – causado por um raio, por exemplo – ou fruto de atividades dos aborígenes de seis milênios atrás.
Para os nativos que habitavam a região, que era antes conhecida como Wanaruah, as partes da camada de carvão em combustão são as lágrimas de fogo de uma mulher transformada em pedra por Biami, deus do céu.
Há evidência de atividade humana milenar no local e acredita-se que o enxofre seja o principal elemento explorado ali em diferentes épocas, devido a suas possíveis utilizações como pigmento ou medicamento.
Atualmente, a montanha possui infraestrutura criada pelo governo australiano para visitas turísticas, sendo possível realizar uma trilha de aproximadamente quatro quilômetros e observar os efeitos do incêndio pelo caminho.