Diamantes precisam de descarga elétrica para cristalizarem

09/02/2021 às 08:072 min de leitura

Conhecido por ser uma das pedras mais preciosas do mundo, o diamante nada mais é do que uma forma de cristalização do carbono. Recentemente, um estudo publicado na Science Advances mostrou que é necessária uma pequena descarga elétrica para que esse processo químico ocorra nas profundezas da Terra.

De acordo com os experimentos feitos em laboratório dentro da Universidade Estadual de Novosibirsk, na Rússia, o crescimento dos diamantes na manta do planeta só é possível quando atrelada a existência de um campo elétrico, que com uma pequena descarga de 1 volt consegue criar um objeto totalmente novo.

Cristalização de carbono

(Fonte: Pixabay)
(Fonte: Pixabay)

A formação dos diamantes ocorre quando os átomos de carbono são reestruturados em uma nova estrutura de cristal. Essa pedra preciosa é gerada a mais de 150 km sob a superfície da Terra, onde existe uma enorme pressão atmosférica e as temperaturas podem bater a casa de 1.500 ºC. 

Entretanto, a comunidade científica ainda não tinha respostas para compreender quais outros fatores contribuíam para a cristalização do carbono nessa região. Foi então que os pesquisadores russos decidiram coletar mais informações sobre o trabalho exercido pelos chamados “campos de energia subterrâneos”.

Simulando a pressão atmosférica e o calor exercido nas profundezas do planeta, o grupo conseguiu observar que mesmo singelas descargas elétricas já são suficientes para que versões de diamantes e do grafite, seu primo mais pobre, fossem formadas. 

Produção de diamante

(Fonte: Unsplash)
(Fonte: Unsplash)

De maneira geral, os cientistas explicaram que os diamantes e o grafite só foram formados na parte negativa do campo de elétrico, também conhecida como cátodo. É nessa parte da Terra, inclusive, que muitos compostos de carbono-oxigênio passam por uma série de transformações e também se tornam dióxido de carbono.

Mesmo que o material sintético produzido pelos pesquisadores russos tivesse apenas 200 micrômetros de comprimento, sua aparência era surpreendentemente parecida com aos dos diamantes naturais — confirmando a influência das descargas elétricas na fase de cristalização.

Segundo o estudo, o campo elétrico existente no fundo do planeta seria resultado do derretimento de rochas e fluidos no manto que têm alta condutividade elétrica. Entretanto, ainda não se sabe ao certo qual a voltagem entregue por esse processo químico.

Com essa nova descoberta, os pesquisadores esperam desvendar novas maneiras para a produção de diamantes e outros materiais de carbono com propriedades especiais.

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