Artes/cultura
16/03/2021 às 10:00•2 min de leitura
Moradores do condado de County Kerry, na Irlanda, receberam um visitante inusitado no litoral da região: uma morsa de espécie rara e grande porte que chegou sozinha à costa no último domingo (14).
Um morador local que passeava com a filha pelo litoral foi o primeiro a avistar o animal na ilha de Valentia, que fica na região oeste do país.
Depois de fotografar o momento, ele contatou uma instituição de proteção animal para avisar sobre a rara aparição.
IWDG confirmed a Walrus sighting from Valentia. Co. Kerry earlier today. We would like to thank Alan Houlihan Who reported this sighting to us today March 14th 2021 from west of Knightstown, Valentia Island, Co. Kerry. pic.twitter.com/YxawS9Q4z2
— Irish Whale and Dolphin Group (@IWDGnews) March 14, 2021
Segundo autoridades locais, o espécime é adulto e aparentava cansaço e estresse por causa da longa viagem. Morsas são incomuns no litoral da região e os poucos exemplos encontrados são de animais mais jovens, com menor senso de direção. Essa é só a terceira vez que um animal do tipo é visto na região desde 1999.
Até agora, são duas teorias a respeito do surgimento do animal. Uma delas veio do biólogo marinho Kevin Flannery, consultado pelo jornal Irish Examiner.
Segundo ele, a morsa provavelmente veio da Groenlãndia ou de outro ponto na região ártica, no extremo do Hemisfério Norte, e pode ter ido parar tão longe ao dormir por um longo período em um iceberg que se desprendeu e acabou parando em alto-mar.
Exhausted Arctic walrus spotted on Valentia Island #Kerry today far,far from home. Rare but not unusual sight by all accounts - first official walrus sighting here on the Shannon in 1897. (Footage thanks to Seánie Murphy/Valentia) @RTEnews pic.twitter.com/yrdQR1Ibam
— JennïeØSullivân (@OSullivanJennie) March 14, 2021
Já o conselheiro Tom Arnbom, que trabalha na ONG de proteção animal WWF, sugere que ele pode ter se distanciado de casa conscientemente em busca de um alimento, que está cada vez mais escasso na terra natal por conta de consequências da mudanças climáticas.
Arnbom acredita que o animal deve permanecer na região por mais alguns dias até sair em busca de uma nova fonte para as refeições — elas comem principalmente moluscos que ficam em litorais e até 200 metros de profundidade no oceano.
Muireann Houlihan, de 5 anos, foi uma das primeiras a avistar a morsa junto com o pai.
O Irish Whales and Dolphins Group, um órgão de conservação animal da região, foi contatado e está monitorando as atividades da morsa. Segundo a instituição, o ideal é deixá-lo sozinho para que ele recupere as energias e possa fazer a viagem de volta — sem contar eventuais riscos de ataques, já que o animal é selvagem.
Segundo estudos iniciais, a morsa tem 2 metros de comprimento, mas ainda não é possível determinar se o exemplar é macho ou fêmea.