Artes/cultura
02/04/2021 às 07:00•2 min de leitura
Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em Natal, trouxe uma descoberta interessante e até mesmo um tanto quanto fofa: os polvos podem mudar de cor quando estão dormindo, e esta alteração possivelmente ocorre porque eles estão sonhando!
Para chegar a este resultado, os pesquisadores acompanharam quatro polvos-comuns (Octopus vulgaris) durante vários dias e noites, chegando a acumular impressionantes 180 horas de gravação dos moluscos.
(Fonte: Wikiepdia/Beckmannjan/Reprodução)
Segundo Sidarta Ribeiro, um dos responsáveis pelo estudo, as criaturas possuem dois estágios distintos de , um ativo e outro passivo, chegando a dormir mais da metade do tempo durante os períodos diurnos.
“No sono passivo, eles ficam na mesma posição por longos períodos de tempo - muito quietos, muito pálidos com as pupilas fechadas - e respiram regularmente de uma forma muito tranquila”, explicou Ribeiro.
Porém, a cada 30 a 40 minutos deste estado de repouso, eles passam pelo estado ativo, que pode durar cerca de um a dois minutos, e causa alterações na cor e textura de seus corpos, além de fazer seus olhos e braços se moverem e suas ventosas contraírem.
(Fonte: Wikipedia/Albert Kok/Reprodução)
Para confirmar se realmente estavam dormindo durante estas mudanças, os cientistas apresentaram estímulos vibratórios e visuais para os moluscos, como imagens de caranguejos, que não reagiram de forma alguma, uma resposta bem diferente da encontrada em seus períodos despertos.
Aparentemente, algo parecido ocorre com pássaros e répteis, o que levou a equipe a acreditar que o tal estado ativo do sono dos polvos possa ser semelhante à fase R.E.M do repouso dos mamíferos, o estado no qual mais sonhamos.
(Fonte: Wikipedia/Martijn Klijnstra/Reprodução)
Contudo, Sidarta explica que existe uma diferença muito importante entre nós e estas criaturas: “Se o polvo está tendo algo parecido com um sonho, provavelmente é uma sequência comportamental muito curta, não é uma narrativa. Seria muito interessante ver o que está acontecendo em seus cérebros enquanto eles passam de acordados para em repouso e, em seguida, entram no sono ativo”.