Estilo de vida
25/04/2021 às 04:00•2 min de leitura
Antes de morrer em 1955, o físico alemão Albert Einstein se consagrou como uma das mentes mais brilhantes da história da humanidade e deixou um incrível legado para a ciência. Quando desenvolveu a tese da Teoria da Relatividade, por exemplo, Einstein concluiu que o tempo não é uma medida absoluta, mas que ele passa de maneira diferente para observadores que estejam se locomovendo próximos à velocidade da luz — 300 mil km/s.
Entretanto, nem mesmo os conceitos criados por Einstein estiveram livres de contestação. Em resposta ao trabalho do alemão, o físico francês Paul Langevin propôs a criação de um exercício mental que falasse a respeito da dilatação temporal, um fenômeno que aconteceria em decorrência da relatividade do tempo. Posteriormente, o experimento ficou conhecido como "paradoxo dos gêmeos".
(Fonte: Unsplash)
De acordo com Einstein, corpos com velocidades diferentes notam a passagem do tempo de maneiras diferentes. Ou seja, quanto maior a velocidade de um objeto, menor será a passagem de tempo para ele. Na visão de Langevin, isso abriria uma brecha para que duas pessoas da mesma idade envelhecessem de formas diferentes através da física.
Foi então que surgiu o paradoxo dos gêmeos. Pense na seguinte situação: dois irmãos gêmeos foram separados aos 18 anos de idade. Enquanto um permaneceu na Terra, o outro foi mandado para uma viagem espacial de longa duração a bordo de uma nave que se movia em velocidades próximas à velocidade da luz.
Para Langevin, se a teoria de Einstein estivesse certa, isso significaria que o irmão que permaneceu todo esse tempo na Terra teria envelhecido alguns anos a mais que seu gêmeo enquanto ele se aventurava pelo espaço, já que corpos em altas velocidades presenciam a passagem do tempo mais devagar. Correto? Nem tudo é tão simples assim.
(Fonte: Unsplash)
Os paradoxos são chamados desse jeito pois, apesar de parecerem bem fundamentados, eles nos levam a algum tipo de contradição. Isso ocorre pois as propostas de experimentos mentais não consideram algumas importantes variáveis para um problema, como é o caso da refutação da Teoria da Relatividade.
O primeiro erro do paradoxo dos gêmeos ocorre pois o experimento criado por Einstein se aplica somente a objetos inertes, o que significa ter velocidade constante. Dessa forma, seria impossível o gêmeo no espaço alcançar a velocidade da luz sem antes passar por um processo de aceleração da nave.
Além disso, o corpo humano só consegue suportar uma quantidade limitada de aceleração, fazendo com que fosse impossível alcançar a velocidade da luz dentro do tempo de vida humana. Por esses e mais alguns motivos, o paradoxo dos gêmeos é considerado uma análise precipitada e não pode servir de parâmetro para a Teoria da Relatividade.