Ciência
26/04/2021 às 06:00•2 min de leitura
Fumantes interessados em reduzir o hábito de fumar e a exposição a substâncias cancerígenas do tabaco podem ter no cigarro eletrônico um aliado. É o que demonstrou um estudo conduzido por pesquisadores da Penn State College of Medicine e da Virginia Commonwealth University, ambas nos Estados Unidos.
A pesquisa, publicada na revista The Lancet no dia 12 de abril, teve a participação de 520 voluntários que fumavam mais de nove cigarros por dia, não tinham contato com a versão eletrônica e queriam diminuir o tabagismo, mas não parar. Ao longo de 24 semanas, eles usaram o cigarro eletrônico com diferentes quantidades de nicotina líquida por mililitro ou um tubo de plástico que não liberava nicotina ou aerossol, recebendo instruções para reduzir o consumo.
Os pesquisadores coletaram amostras de urina dos participantes nas semanas 0, 4, 12 e 24 para testar um carcinógeno específico do tabaco chamado NNAL. Os resultados mostraram que os usuários de cigarro eletrônico com nível de nicotina líquida semelhante ao cigarro comum (36 mg/ml) apresentaram níveis de NNAL menores na semana 24 em comparação com os observados em quem não usou o dispositivo.
(Fonte: Pixabay)
“Este estudo mostra que quando os fumantes interessados na redução recebem um cigarro eletrônico com liberação de nicotina semelhante ao cigarro, eles têm maior probabilidade de obter reduções significativas nos tóxicos relacionados ao tabaco, como níveis mais baixos de monóxido de carbono exalado”, explicou o professor de Ciências da Saúde Pública da Penn State Jonathan Foulds.
O ensaio clínico que acabou de ser finalizado pode ajudar a esclarecer o papel desempenhado pelos cigarros eletrônicos na mudança dos hábitos dos fumantes, auxiliando os usuários a escolher os produtos que tenham a liberação de nicotina exata.
Segundo a professora de Psicologia da Virginia Commonwealth Caroline Cobb, muitos modelos usados atualmente entregam níveis insatisfatórios da substância, reduzindo a sua eficácia. Ela acredita, inclusive, que a utilização desses dispositivos com liberação de quantidades diferentes em estudos anteriores tenha influenciado os resultados de maneira negativa.
(Fonte: Pixabay)
Apesar de apontarem uma pequena vantagem no uso do dispositivo para reduzir o tabagismo e o contato com substâncias tóxicas, os autores dizem ser necessário estudos mais amplos para verificar os efeitos dos cigarros eletrônicos a longo prazo.