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31/05/2021 às 03:00•2 min de leitura
A ideia de que um brasileiro inventou o chuveiro elétrico talvez nos surpreenda tanto quanto a oportunidade de usar um chuveiro elétrico para um europeu. Para se ter uma ideia dos dois “escândalos”, basta dizer que o chuveiro comum já existia na Grécia no ano de 1300 a.C., enquanto o seu modelo elétrico só veio a existir em meados do século XX.
É verdade que, em 1872, um médico francês chamado François Merry Delabost criou o primeiro chuveiro na versão doméstica que usamos hoje. Mas era um dispositivo usado para melhorar a higiene de presidiários. E frio.
Fonte: Pictures of Life and Character/Reprodução
A inspiração do chuveiro elétrico começou durante a Revolução Industrial, quando países da Europa e EUA desenvolveram sistemas de gás encanado em praticamente todas as suas regiões. Com isso, as pessoas tinham acesso à água quente para o seu banho, mesmo sem chuveiro.
No Brasil, como não existiam sistemas de distribuição de gás, a água quente dos banhos era aquecida em fogões de lenha. Mas, na década de 1930, alguns brasileiros criativos começaram a utilizar a energia elétrica para aquecer a água do banho. No entanto, apenas em 1940, foi desenvolvido na cidade paulista de Jaú o primeiro modelo seguro de chuveiro elétrico por Francisco Canho.
Fonte: YouTube/Reprodução
Os primeiros modelos de chuveiro eram muito rudimentares e chegavam até mesmo a ser perigosos. As resistências pioneiras esquentavam a água de repente, porque eram feitas de cromo e níquel, materiais com alto ponto de fusão. Além de possíveis queimaduras, a falta de cuidados na isolação dos fios causava choques elétricos.
Daí a importância do chuveiro desenvolvido por Canho. Ele começou seu projeto, adotando um sistema de diafragma de borracha para fixar e isolar a resistência. Dessa forma, quando a água entrava no aparelho, o diafragma aproximava a resistência dos cabos elétricos, fechando o circuito e permitindo a passagem da corrente.
Fonte: Lorenzetti/Reprodução
Mas Canho ainda não estava satisfeito e decidiu aprimorar a tecnologia, criando níveis variados de temperatura. Para isso, instalou no aparelho dois resistores, um de baixa e outro de alta potência, para água morna e quente. A partir desse modelo revolucionário, a empresa Lorenzetti passou a produzir em massa o novo produto de sucesso.