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24/07/2021 às 04:00•2 min de leitura
Em 1938, Otto Hahn, Fritz Strassman e Lise Meitner descobriram que o átomo poderia ser dividido. Em uma sala da Universidade de Berlim, os químicos bombardearam átomos de urânio grandes e instáveis com nêutrons minúsculos e descobriram que o processo poderia produzir bário, um elemento muito mais leve do que o urânio. Então, eles chegaram à conclusão de que era possível dividir os núcleos de urânio em componentes quimicamente distintos e menos massivos.
Um artigo publicado na edição de janeiro de 1939 na revista Nature mostrou que a descoberta delineava a mecânica da fissão e também a produção de energia nuclear. Rapidamente, uma equipe de cientistas da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, apressou-se para replicar o resultado desenvolvido em Berlim, constatando o poder da divisão do átomo.
Em um tenso cenário geopolítico da época, a pressa em capitalizar a nova tecnologia se tornou uma corrida, alimentando o medo de que algumas nações — principalmente a Europa fascista — pudessem usar a descoberta para propósitos nefastos.
(Fonte: Business Views/Reprodução)
Eles sabiam que usar a fissão para gerar uma cadeia de energia poderia ser a receita para a destruição. Portanto, em agosto de 1939, Albert Einstein e Leó Szilárd redigiram uma carta para Theodore Roosevelt alertando-o sobre o perigo de a Alemanha criar uma bomba nuclear, incentivando-a a iniciar um programa de pesquisa nos Estados Unidos. Um mês depois, Adolf Hitler começou a sua matança na Polônia, dando início à Segunda Guerra Mundial.
Roosevelt imediatamente formou um grupo de pesquisadores nucleares, tendo como líder Arthur Holly Compton, chefe do departamento de Física da Universidade de Chicago. Eles tinham objetivo de criar uma reação em cadeia nuclear e, para isso, precisavam criar o primeiro reator nuclear feito por um homem.
(Fonte: Business Views/Reprodução)
O equipamento seria em formato de caixa com tijolos de grafite e madeira, com cerca de 18 metros de comprimento, 9 metros de largura e altura. No reator, as hastes de controle de cádmio absorveriam o excesso de nêutrons das reações de fissão para evitar uma perda catastrófica de controle.
Em 2 de dezembro de 1942, um mês após a formação do "time dos sonhos" de Roosevelt, eles desenvolveram o dispositivo sob as arquibancadas do Stagg Field, um campo de futebol da Universidade de Chicago. Quando ligado, o reator nuclear nomeado Chicago Pile-1 (CP-1) induziu com sucesso uma reação em cadeia nuclear, utilizada para gerar energia.
Começava ali o primeiro passo para a construção do Projeto Manhattan, que seria o responsável por desenvolver as bombas nucleares que selariam o fim da guerra ao serem lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, mostrando como um passo para o homem pode significar a destruição da própria existência.