Estilo de vida
12/08/2021 às 13:00•2 min de leitura
Foi no início de 1876 que Alexander Graham Bell registrou sua invenção: o telefone. Isso ocorreu no Escritório de Patentes dos Estados Unidos e, no mesmo ano, ele viajou à Filadélfia para expor sua nova obra, que mais tarde revolucionaria a história da humanidade, na Exibição Internacional Centenária.
O telefone de Bell concorria com a lâmpada elétrica, com um telégrafo musical, uma máquina de escrever e o primeiro ketchup Heinz. Por ser um desconhecido, ele ficou várias horas em pé ao lado de seu estande na feira sem ninguém sequer se aproximar para perguntar do que se tratava seu aparelho. E talvez o jovem inventor passaria despercebido com sua revolução exposta se não fosse por uma figura histórica: o imperador Dom Pedro II.
Dom Pedro II. (Fonte: Uol/Reprodução)
D. Pedro II teria chegado no estande de Bell, testado o aparelho e exclamado: “Meu Deus, isso fala!”. Ele falou de maneira tão efusiva que acabou atraindo a atenção das demais pessoas na feira, principalmente porque ele era uma figura emblemática.
No entanto, um homem já não era estranho para o outro. Alguns dias antes da exposição, o imperador havia participado de uma aula de Bell na Universidade de Boston e ligado o motor a vapor que provia eletricidade para a exposição.
Daquele encontro em diante, uma amizade aflorou entre ambos, e menos de 1 ano depois o Brasil já se tornava o 2° país a ter telefone, fazendo ligações da residência imperial para os gabinetes dos ministros de Estado.
(Fonte: History/Reprodução)
O opulente aparelho de D.Pedro II, cuja réplica está no Museu das Telecomunicações do Rio de Janeiro, era muito diferente do que conhecemos hoje. As linhas do telefone eram instaladas de um ponto a outro, e um aparelho se comunicava apenas e diretamente com outro.
O telefone tinha uma grande bateria para as ligações e uma manivela conectada a um magneto que acionava a campainha dele, visto que a bateria não fornecia energia suficiente para que ele tocasse sem precisar de uma "ajuda".
Em 1879, a central telefônica e as primeiras telefonistas surgiram no Brasil, permitindo que fosse possível a comunicação com qualquer outro aparelho. Esse foi o primeiro movimento de mulheres empregadas em uma função pública direta, visto que os homens telegrafistas contratados primeiro não tinham bons modos ao se comunicarem de maneira verbal.