Artes/cultura
25/08/2021 às 12:00•2 min de leitura
Além de esquentar superfícies e desgastar inúmeros objetos, os raios solares são responsáveis por um curioso fenômeno de desbotamento, responsável por fazer as cores desaparecerem dos objetos após um tempo. Mas será que existe alguma explicação para que isso ocorra? Ou seria apenas um evento relacionado à composição química dos objetos?
A luz solar é composta de comprimentos de onda que têm todas as cores detectáveis pelo olhar humano. Porém, em meio ao espectro visível, há comprimentos que vão além dos extremos (como o infravermelho e o ultravioleta) e que não se destacam entre a extensão de cores que podemos reconhecer claramente, localizada em frequências mínimas entre 380 nm e 780 nm. Esses 3 estados da luz, então, seriam os responsáveis por degradar e prejudicar a capacidade de absorção de cores visíveis em materiais, gerando a aparência desbotada.
De toda a radiação emitida para a Terra, a ultravioleta é a que mais causa danos às composições moleculares de objetos, em um efeito de desvanecimento conhecido como fotodegradação. Esse fenômeno afeta diretamente as ligações criadas pelos corpos cromóforos (presentes em corantes, por exemplo) e as quebra logo após causar múltiplas reações químicas, mudando a "assinatura eletrônica" das moléculas e, consequentemente, as propriedades de absorção delas.
(Fonte: Library of Congress / Reprodução)
Dependendo do corante e de suas estruturas, o desbotamento pode ocorrer por diferentes motivos. Em têxteis tingidos, aquarelas e corantes naturais, por exemplo, há uma maior propensão ao efeito de anulação das cores, enquanto objetos contendo pontos quânticos (átomos artificiais semicondutores extremamente pequenos, cujas dimensões não ultrapassam alguns nanômetros de diâmetro) ou corantes inorgânicos (carbonato de cálcio, dióxido de titânio, óxido e hidróxido de ferro, alumínio, prata, ouro etc.) são mais resistentes ao fotobranqueamento.
Visto que os raios ultravioleta C (UVC) não chegam à atmosfera terrestre, já que são absorvidos pelo ar e pela camada de ozônio, os comprimentos ultravioletas que mais causam danos à integridade do material e da coloração são os ultravioleta B (UVB) e ultravioleta A (UVA), respectivamente os comprimentos médio e alto da radiação. Eles também seriam os responsáveis por afetar diretamente o DNA humano, o que pode levar ao câncer de pele.
Assim, recomenda-se fortemente o uso de janelas e bloqueadores de UV para a preservação da saúde e de objetos com cor, pois os efeitos adversos não exigem contato direto da luz com os alvos em questão. Dependendo da proteção e de outras moléculas presentes nos corantes, é possível gerar uma reação em cadeia, resultando em exposições mais severas do que as esperadas.