Por que a energia elétrica ficou ainda mais cara?

01/09/2021 às 04:232 min de leitura

A crise hídrica não tem facilitado a vida dos brasileiros. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou, nesta terça-feira (31), que a conta de luz deve ficar ainda mais cara a partir de setembro. O motivo disso é a criação de uma nova bandeira chamada de Escassez Hídrica, que terá uma cobrança adicional de R$ 14,10 a cada 100 kWh consumidos. 

A estimativa trazida pela agência é de que essa mudança gere um impacto, em média, de 6,78% no valor final da conta, e que a bandeira permaneça ativa até abril de 2022. Mas por quais motivos a crise hídrica atrapalha o fornecimento de energia no Brasil? Para isso, precisamos entender um pouco mais como funcionam as hidrelétricas.

Funcionamento de hidrelétricas

(Fonte: Pixabay)(Fonte: Pixabay)

Atualmente, as usinas hidrelétricas fornecem cerca de 90% da energia elétrica em todo território brasileiro. Para funcionarem, as hidrelétricas necessitam da força da água, que passa por tubos conectados às turbinas, fazendo que elas girem. Cada turbina está acoplada ao gerador, que é responsável por transformar toda essa energia mecânica em elétrica.

O fluxo de água do rio, onde a usina foi implantada, tem impacto direto no quanto essa unidade conseguirá produzir eletricidade. Quanto maior a força da água movimentando as pás das turbinas, maior será o potencial do gerador de reaproveitar essa energia mecânica para o benefício da população.

Por esses motivos, o volume de chuvas na região de uma usina hidrelétrica tem impacto direto em todo o processo. Quando os índices pluviais são altos, a usina consegue aumentar seu nível de produtividade. Vale ressaltar que toda a água que chega pelo rio é usada para a produção de energia elétrica, uma vez que não existe possibilidade de acúmulo ou desperdício por meio desse método.

Distribuição de energia pelo Brasil

(Fonte: Pixabay)(Fonte: Pixabay)

Para serem construídas, as usinas hidrelétricas necessitam criar reservatórios de água com vasta área alagada. Por vezes, esse processo pode gerar graves impactos ao meio ambiente e ameaçar a fauna e a flora locais — um dos motivos pelo qual esse modelo não é considerado sustentável.

Esse é um dos motivos para as usinas hidrelétricas mais modernas serem construídas com o modelo de reservatório fio de água, como as Usinas de Aimorés e Funil, que exigem um menor alagamento no reservatório para produzir a mesma quantidade de energia elétrica do que as usinas mais ultrapassadas.

Após o término do processo de produção hidrelétrica, toda energia gerada é enviada para o Sistema Interligado Nacional por meio das chamadas linhas de transmissão. Essa central, então, é responsável por direcionar essa energia para as companhias distribuidoras, que farão a eletricidade chegar ao consumidor final.

Crise hídrica

(Fonte: Pixabay)(Fonte: Pixabay)

De acordo com os dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o Brasil está passando pela pior estação úmida nos últimos 91 anos, ou seja, a constante falta de chuvas tem sido responsável pelos aumentos frequentes nas cobranças tarifárias aplicadas sobre as contas de luz. 

Quanto menor for o potencial hídrico de uma hidrelétrica, ou quanto menos água houver armazenada no reservatório, menos energia elétrica essa usina será capaz de fornecer. Sendo assim, a chuva se torna imprescindível para que não haja escassez e o processo de produção siga normalizado.

Como tentativa de amenizar os impactos econômicos gerados pela estiagem, o governo federal tem incentivado a população brasileira a se informar sobre a atual crise hídrica. Dessa forma, o portal Consumo Consciente Já foi criado para trazer mais dados e dicas para que os brasileiros gastem menos energia no dia a dia.

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