Foguetes: a origem chinesa e a história milenar

05/09/2021 às 12:002 min de leitura

Em 1955, em meio a tensão da Guerra Fria, e um dos períodos mais atômicos da humanidade, começou a tão disputada Corrida Espacial entre os Estados Unidos e a União Soviética, para determinar qual país alcançaria primeiro o espaço.

Apesar de nessa época ter surgido tantas revoluções tecnológicas, como máquinas e equipamentos espaciais, os foguetes — responsáveis por levar os astronautas para fora da Terra — são mais antigos do que qualquer disputa.

China: mirando para o espaço

(Fonte: Mert Mekatronik/Reprodução)(Fonte: Mert Mekatronik/Reprodução)

Em meados de 400 d.C., um filósofo e matemático grego chamado Arquitas exibiu uma experiência com um pombo de madeira suspenso por fios e empurrado no ar pelo vapor que soltava.

Mais de 300 anos depois, o matemático Heron de Alexandria inventou a Eolípila, também conhecida como Máquina Térmica de Heron, que consistia em uma esfera oca em cima de uma piscina de água quente, abastecida por uma bacia com água. Quando o vapor da água entrava na esfera e escapava por dois tubos em formato de L em lados opostos da esfera, o impulso criado pelo vapor a fazia girar.

Contudo, as origens reais do primeiro protótipo do foguete aconteceram na China durante a dinastia Sung, entre 960 e 1279 d.C., desenvolvido por alquimistas chineses que ficaram perplexos com um truque que deu muito errado: o fogo de artifício.

O ti lao shu (“rato terrestre” em português) era um fogo de artifício feito a partir de um tubo de bambu cheio de pólvora que disparava por todas as direções pelo chão. Ele apareceu pela primeira vez em livros do final do século XII, como no intitulado Rustic Tales in Eastern Ch’i, em que o escritor descreveu o dispositivo incendiário como um “verdadeiro foguete” — fazendo alusão às lanças voadoras com fogo atiradas contra os mongóis que cercavam a cidade de Kai-feng-fu em 1232.

 Máquina Térmica de Heron. (Fonte: Glenn Research Center/Reprodução) Máquina Térmica de Heron. (Fonte: Glenn Research Center/Reprodução)

Os foguetes a propulsão surgiram quando os alquimistas taoistas descobriram a receita da pólvora enquanto procuravam pela fórmula da imortalidade. Nos anos seguintes, eles criaram foguetes de dois estágios, lançadores de foguetes e foguetes que explodiam com o impacto. 

O rato terrestre foi incluso ao ser colocado no campo de batalha para assustar a cavalaria inimiga.

Rompendo barreiras

(Fonte: Tecnoblog/Reprodução)(Fonte: Tecnoblog/Reprodução)

Na modernidade, perto da Era da corrida pelo poderio do espaço, o físico americano Robert Goddard lançou o primeiro foguete de combustível líquido em Auburn, Massachusetts, em 16 de março de 1926.

Isso só foi possível, porém, com a equação do foguete criada em 1803 pelo russo Konstantin E. Tsiolkovsky. A equação resolvia as relações entre a velocidade e a massa de um foguete.

Já o cientista romeno Hermann Oberth, aos 14 anos, idealizou o próprio foguete de recuo, que poderia se mover pelo espaço usando apenas seu próprio escapamento. As contribuições de Oberth foram manchadas na História quando ele ajudou a desenvolver o foguete V-2 para a Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial, usado para os bombardeios destruidores em Londres.

Yuri Gagarin. (Fonte: VEJA/Reprodução)Yuri Gagarin. (Fonte: VEJA/Reprodução)

A Segunda Guerra Mundial serviu para que esses e tantos outros cientistas alemães emigrassem para a União Soviética e os Estados Unidos para ajudarem na corrida de qual país se vangloriaria primeiro em ter alcançado a superioridade tecnológica e militar.

Em 12 de abril de 1961, a bordo do foguete Vostok-K, Yuri Gagarin se tornou o primeiro ser humano a sair da Terra — e a União Soviética a primeira a quebrar a fronteira espacial.

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