Vulcão na África e tsunami: qual é o real risco para o Brasil?

17/09/2021 às 07:552 min de leitura

Adormecido desde 1971, o vulcão Cumbre Vieja voltou a apresentar um aumento rápido de atividades sísmicas durante as últimas semanas, o que gerou um alerta de nível amarelo para o risco de erupção. Desde então, diversos países situados próximos às Ilhas Canárias, onde o vulcão está localizado, redobraram a atenção para o fenômeno natural.

Mesmo próximo à costa da África, entretanto, a possível erupção pode ser uma ameaça para outros continentes. De acordo com alguns pesquisadores, existe uma possibilidade remota de uma erupção em alta escala provocar um enorme tsunami capaz de atingir partes da Europa, América do Norte, países no Caribe e até mesmo a costa do Brasil. Entenda o caso!

Aumento de atividade sísmica

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)

Segundo os rumores, a erupção nas Ilhas Canárias, comunidade autônoma da Espanha, poderia provocar ondas em alto-mar de até 100 metros, que chegariam ao Nordeste com 40 metros e no Espírito Santo com até 20 metros. Entretanto, os pesquisadores afirmam que isso só seria possível no pior dos cenários.

No último sábado (11), o Plano Especial de Proteção Civil e Atenção às Emergências de Risco Vulcânico das Ilhas Canárias (Pevolca) atualizou o alerta de erupção do Cumbre Vieja de verde para amarelo. As autoridades alegam que a mudança se deu pelo aumento do número de terremotos e atividades sísmicas nos últimos dias.

De acordo com o pronunciamento do comitê Pevolca, a atividade magmática do vulcão teve o maior valor observado nos últimos 30 anos. Mesmo com o alerta, a população local deverá continuar com suas atividades normais, apesar de ficarem atentas a todo momento para as atualizações das autoridades.

Níveis de alerta

(Fonte: Wikimedia Commons)(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)

Na visão dos especialistas, as regiões Norte e Nordeste seriam as mais expostas em caso de explosão vulcânica. Localizado a 4.462 km de São Luís, no Maranhão, o Cumbre Vieja teve erupções históricas em 1470, 1585, 1646, 1677, 1712, 1949 e 1971. Cientistas acreditam que uma erupção forte poderia fazer com que a ilha que o sustenta colapsasse no oceano.

Mesmo com o crescente alarde sobre o vulcão, ainda existem dois níveis de alarme definidos pelo Pevolca até a erupção: o laranja, considerado o alerta máximo para o fenômeno, e o vermelho, que confirma o evento e anuncia uma emergência para que a população saia do local.

Tsunami no Brasil

Em entrevista ao portal R7, o professor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) Lucas Rossetti, especialista em rochas vulcânicas, explicou que as chances de um tsunami causada por uma erupção de uma ilha vulcânica são extremamente baixas. “A probabilidade de isso ocorrer é muito pequena. Esses eventos geológicos ocorrem em escalas de dezenas de milhares de anos. A cada 10 mil, 20 mil anos, nós teremos esse tipo de evento acontecendo”, ressaltou o professor.

Por mais raras que sejam as chances de um tsunami na costa brasileira, o perfil no Twitter da Rede Sismográfica Brasileira lembrou, ao final de 2020, que essa não seria a primeira vez que algo do tipo acontece no país. Em 1755, um tsunami, que nasceu de um terremoto em Lisboa, atingiu o litoral do Nordeste e destruiu diversas habitações. 

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