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29/09/2021 às 04:00•2 min de leitura
Enquanto o mundo perdido dos dinossauros vivia mais um dia normal há cerca de 66 milhões de anos, um asteroide do tamanho de uma montanha estava vindo em direção à Terra a uma velocidade de 64 mil quilômetros por hora.
(Fonte: Mia von Steinkirch / Pexels/ Reprodução)
Por alguns momentos, a gigantesca bola de fogo, que parecia ser maior e mais brilhante que o próprio Sol, cruzou os céus. Pouco depois, o asteroide atingiu em cheio o nosso planeta causando um impacto explosivo que seria correspondente a mais de 100 trilhões de toneladas de TNT.
Mas o que aconteceu na primeira hora após esse impacto? Cientistas têm estudado vestígios do que sobrou da rocha, a região onde ela caiu (Península do Iucatã, no México) e realizado projeções e simulações. Os resultados, claro, montam uma visão desoladora de um dos piores dias da história do nosso planeta.
Gareth Collins, professor de ciência planetária no Imperial College, em Londres, está entre os cientistas que estudam esse tema. Ele ajudou a desenvolver um programa para analisar o que teria acontecido nos primeiros momentos após o impacto do asteroide.
De acordo com Collins, se uma pessoa estivesse a uma distância de 1 mil quilômetros da área, seria quase instantaneamente, ou em apenas alguns segundos, morta pela bola de fogo.
Na verdade, dinossauros mais próximos já estariam "crocantes" enquanto ondas sísmicas viajavam ao redor do planeta por várias vezes. E, isso, apenas durante os primeiros nove segundos após o evento.
Depois do fogo, veio a água. O asteroide teria causado ondas gigantes, verdadeiros tsunamis, com até 305 metros de altura.
(Fonte: Jess Loiterton / Pexels/ Reprodução)
Em 10 minutos, o material expelido devido à explosão começaria a “se derramar” sobre o planeta, acabando com paisagens e sufocando a vida como uma espécie de cobertor composto de cinzas e areia quente.
E, claro, nas zonas mais próximas do local da queda, o solo original ficaria soterrado sob centenas e até milhares de metros de entulho, tanto do nosso planeta quanto do asteroide. Já nesse espaço de tempo de pouco menos de 10 minutos, bilhões de toneladas de produtos químicos estariam se espalhando pelo planeta.
Entre 45 minutos e 1 hora após a queda da gigantesca rocha espacial, uma intensa rajada de vento varreria tudo que estivesse por sua frente a uma velocidade de 900 quilômetros por hora. Além de espalhar detritos, derrubaria tudo aquilo que, de alguma forma, ainda pudesse ter ficado de pé. Enquanto isso, uma explosão sonora na escala de 105 decibéis podia ser ouvida.
(Fonte: lassedesignen/Stock.adobe.com/ Silicon Republic/Reprodução)
Já a uma distância fora do alcance dos efeitos diretos do impacto do asteroide, seria possível observar um espetáculo no melhor estilo "fim dos tempos": a medida em que o céu fosse escurecendo, uma chuva de destroços estaria despencando de volta à Terra como se fossem milhões de estrelas cadentes caindo ao mesmo tempo.
Durante essa primeira hora, 70% das florestas do mundo já estariam incendiadas.
Quase sempre quando se fala dos primeiros momentos após o impacto, o foco principal tende a ser a violência espetacular. Contudo, o “fim do mundo” foi causado pelas consequências a longo prazo. E foi isso, de fato, o que acabou com a maior parte da fauna e da flora do Cretáceo Superior.
De resto, seriam necessários meses para que a fuligem, cinzas e poeira desaparecessem da atmosfera. Enquanto isso, a obscuridade generalizada no planeta reduziria a fotossíntese, enormes quantidades de toxinas permaneceriam por algum tempo na camada de ozônio do planeta e uma chuva de lama ácida cairia sobre a Terra.
Mas o planeta permaneceu e estamos aqui. Ou citando uma das muitas frases sábias ditas pelo Dr. Ian Malcolm, no filme Jurassic Park – Parque dos Dinossauros: “a vida sempre encontra um meio”.