Ciência
23/11/2021 às 12:00•2 min de leitura
A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP26), promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de debater soluções para minimizar os efeitos das mudanças climáticas no mundo, foi encerrada em novembro. Com o término do evento, surgem algumas perguntas: será que a COP26 trará alguma mudança significativa para a resolução desse problema? Quais países se comprometeram com a diminuição da emissão de gases poluentes? Quais metas foram estabelecidas?
Para responder a essas perguntas, precisamos entender alguns pontos iniciais. O primeiro deles é: por que a ONU promoveu esse encontro?
Não é de hoje que líderes mundiais vêm debatendo os impactos das atividades humanas no meio ambiente. Em 1992, centenas de líderes se reuniram no Rio de Janeiro para participar da “Cúpula da Terra”, também conhecida como Rio-92.
Nesse encontro, líderes mundiais concordaram em tomar atitudes para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa. Esse acordo entrou em vigor em 1994 e, atualmente, conta com a participação de 197 países.
Desde então, praticamente todos os líderes do mundo se reúnem anualmente para tratar de um problema comum: as mudanças climáticas e suas consequências.
O nome COP26 vem da sigla em inglês COP (Conference of the Parties), que pode ser traduzida como “encontro entre partes”. O número 26 representa o total de reuniões desse tipo que já foram realizadas. Em 2020, esse encontro não foi realizado devido à pandemia de covid-19.
Relatório final da COP26 ressalta importância de eliminar o consumo de combustíveis fósseis, como os derivados do petróleo.
O texto final da COP26 menciona a necessidade de os países deixarem, gradualmente, de subsidiar combustíveis fósseis, como o carvão mineral e o petróleo. Dessa forma, o relatório final defende a gradativa migração das fontes energéticas para opções de energias renováveis e menos poluentes.
Ao mesmo tempo, um grupo formado por 40 países se comprometeu a zerar o uso de carvão mineral até 2040. Fazem parte desse grupo grandes potências econômicas, como o Reino Unido. No entanto, os dois países campeões na emissão de gases poluentes (China e EUA.) não assinaram esse acordo.
Além disso, as nações participantes deverão entregar até o fim de 2022 novas metas para a redução de emissão de gases causadores do efeito estufa. Isso é necessário porque as metas atuais não são suficientes para limitar o aumento da temperatura a 1,5 °C.
Outro avanço da COP26 foi o interesse mundial sobre o evento. Cerca de 3,7 mil repórteres de todo o mundo cobriram o encontro, algo importante para aumentar a pressão por acordos mais eficientes.
A COP26 terminou sem estabelecer uma meta mundial para o fim do uso de combustíveis fósseis. Algo nesse sentido havia sido ventilado no início do evento, mas países dependentes desse tipo de energia e nações exportadoras desses combustíveis, como Arábia Saudita, China, Índia e Rússia se posicionaram contra a iniciativa.
Outro desfecho considerado um fracasso é a inexistência de um plano para financiar ações ambientais em países em desenvolvimento. Nações desenvolvidas se comprometeram a doar US$ 100 bilhões até 2025, mas o valor é insuficiente, de acordo com o relatório final da COP26.