Artes/cultura
15/12/2021 às 07:59•2 min de leitura
É graças à invenção de meados de 1960 de Charles Kao (1933-2018), o premiado físico anglo-americano nascido na China, que hoje você consegue acessar a internet, por exemplo.
Naquela década, havia várias empresas e inventores no ápice da corrida para fazer acontecer o transporte de dados na velocidade da luz, então Kao criou o primeiro cabo de fibra óptica a partir de um material vítreo construído em uma estrutura revestida com um diâmetro central, em um conduíte feito de sílica fundida.
Ele não fazia ideia, mas sua pesquisa em Engenharia Elétrica lhe garantiu um Prêmio Nobel e entrou para o ranking de uma das obras mais importantes da era moderna.
(Fonte: Nobel Prize/Reprodução)
Considerado o "pai da fibra óptica", Kao foi o responsável por estabelecer a estrutura para o que conhecemos hoje como World Wide Web, um sistema de documentos em hipermídia que são interligados e executados na internet, ou seja, documentos na forma de vídeos, textos e imagens.
O físico sofreu muita crítica nos anos 1960, quando apresentou o seu projeto que prometia ser revolucionário. Muitos consideraram "inconcebível e ridícula" a proposta de que a luz de laser pudesse transportar informações por todo o mundo por meio de um vidro tão claro e pequeno que poderia ser comparado com um fio de cabelo.
(Fonte: ISPBLOG/Reprodução)
Ainda assim, Kao venceu os inventores rivais da grande Bell Labs, uma empresa de pesquisa industrial e desenvolvimento científico, subsidiária da notória empresa finlandesa Nokia. Porém, se ele tivesse deixado sua ideia de lado ou tivesse se desmotivado com a quantidade de críticas que recebeu, por muitos anos teríamos usado os tubos ocos e desajeitados propostos pela Bell Labs como cabo de fibra óptica.
Além disso, esses tubos seriam muito mais caros de fabricar e instalar, diminuindo a acessibilidade ainda escassa de boa parte da sociedade, como também não conseguiriam transmitir dados quase na velocidade ou na distância que precisamos para alimentar um sistema de comunicação global como o que temos hoje.
(Fonte: Timetoast/Reprodução)
Além de ser um físico inovador, Kao defendia uma revolução propagada por mudanças sociais e políticas, por isso fez parte da controversa South Society of China, também conhecida como Nan She.
O homem sempre lutou para que mudanças sociais acontecessem em prol do desenvolvimento futuro. Mesmo após ser diagnosticado com Alzheimer, ele fundou uma corporação sem fins lucrativos chamada Fundação Charles K. Kao para a Doença de Alzheimer, que existe até hoje.
Apesar de todos os seus esforços e contribuição para uma era de modernidade, Kao foi receber seu merecido Prêmio Nobel de Física em 2009, só 43 anos após revolucionar o cenário mundial.