Estilo de vida
29/12/2021 às 09:30•2 min de leituraAtualizado em 15/04/2024 às 10:10
Pesquisadores da Universidade do Texas em Austin (Estados Unidos) renovaram os estudos sobre os fósseis de quetzalcoatlus para descobrir como o maior animal voador da história era capaz de se manter no ar. Segundo eles, a colossal criatura usava um mecanismo motor interessantíssimo para alçar voo, carregando seus quase 226 quilos e 12 metros de envergadura em um dos mais curiosos desafios à capacidade física de um ser vivo.
(Fonte: Greenlane/Reprodução)
Descoberto em 1971, o quetzalcoatlus, criatura membro da família Azhdarchidae (batizada em referência à divindade serpente emplumada asteca), percorreu o continente durante o período Cretáceo Superior, há cerca de 70 milhões de anos, quando exibia suas proporções com mais de 3,6 metros de altura em meio aos maiores titãs que já pisaram na Terra.
Na época que os pterossauros adultos alcançavam altura de até 2,5 metros, do comprimento da ponta da cauda até o focinho, o quetzalcoatlus mostrou ser o verdadeiro rei do céu. Destacando-se entre seus semelhantes e desenvolvendo um sistema de voo que se provava inacreditável, especialmente por conta de suas dimensões, seu voo era um mistério, considerando suas proporções excessivamente pesadas para gerar um estado de planagem.
(Fonte: James Kuether/Reprodução)
Agora, décadas após as escavações iniciais e as primeiras hipóteses sobre o funcionamento da dinâmica corporal da criatura, estudos apontam a sugestão mais clara sobre o voo do quetzalcoatlus. Isso porque, em uma pesquisa que contou com o apoio de cinco artigos, especialistas concluíram o modo como o ser pré-histórico era capaz de se manter no ar partindo de pressupostos utilizados para sustentar teses vigentes.
"Esse antigo réptil voador é lendário, embora a maior parte da concepção pública do animal seja artística, não científica", disse Kevin Padian, coautor do projeto. "Esse é o primeiro olhar real para a totalidade do maior animal que já voou, até onde sabemos. Os resultados são revolucionários para o estudo dos pterossauros".
(Fonte: Behance/Reprodução)
Por meio de estudos sobre origens, distribuição geográfica, habitat, características físicas, taxonomia, morfologia e genealogia, especialistas da Universidade do Texas reconstruíram parcialmente os ossos de indivíduos menores (integrantes da subespécie Quetzalcoatlus northropi) para descobrir como os pterossauros se consolidaram como "excelentes voadores".
Até então, estimava-se que o animal saía do solo com um movimento pendular para frente e para trás — parecido com um morcego — ou simplesmente corria em alta velocidade para gerar impulso, mas as novas pesquisas refutaram essas possibilidades. Em vez disso, o quetzalcoatlus simplesmente saltava, a partir de um ponto fixo, cerca de 2,5 metros em direção ao ar, iniciando uma mecânica de bater as asas para alçar voos distantes.
(Fonte: Wikimedia Commons)
"Aplicamos muito do conhecimento aeroespacial para entender como algo como o aerofólio funciona e quanta velocidade é necessária para gerar sustentação", disse Matthew Brown, paleontólogo de vertebrados da Universidade do Texas. Além disso, o trabalho revelou que os colossos pré-históricos caçavam sozinhos em rios e riachos, com a espécie Quetzalcoatlus lawsoni — relativamente menor que a Quetzalcoatlus northropi — sendo mais sociável.