Ciência
24/01/2022 às 08:30•3 min de leitura
Poucos fatos são tão marcantes na história da aviação e da Ufologia brasileiras quanto a noite de 19 de maio de 1986. Nesse dia, 21 objetos luminosos foram avistados sobrevoando os céus de 4 estados diferentes.
Eram cerca de 20h em Guaratinguetá quando pouco mais de 2 mil militares da Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR), entre cadetes e oficiais, tornaram-se testemunhas oculares do fenômeno. Tudo a olho nu ou por meio de binóculos.
(Fonte: Divulgação/Jackson Luiz Camargo)
A Noite dos Discos Voadores não foi um evento exclusivo da maior cidade do Vale do Paraíba. Em Guaratinguetá, Caçapava, Taubaté e Mogi das Cruzes, todas no interior de São Paulo, também foi possível visualizá-la.
Em registros oficiais da Aeronáutica, relatos revelam que nos estados de Goiás, Rio de Janeiro e Paraná também foi possível vivenciar o contato com objetos não identificados.
O mais surpreendente neste caso é que além de extensa documentação e inúmeros testemunhos, a Noite dos Discos Voadores também foi marcada pelos registros dos radares. Ao todo, há 7 horas de gravação entre os pilotos da Aeronáutica e os centros e torres de controle. Esse material foi utilizado para compor o livro A Noite Oficial dos UFOs no Brasil, do pesquisador em Ufologia Jackson Luiz Camargo.
(Fonte: Arquivo Nacional)
Naquela noite, ao menos três aeronaves relataram ter avistado objetos voadores não identificados, mas o primeiro registro é do Aeroporto de São José dos Campos (SP), antes mesmo da decolagem.
Da cabine de comando do aeroporto joseense foi avistada uma estranha luz. De imediato, entrou-se em contato com o Aeroporto Internacional de Guarulhos para conferir se alguma aeronave seguia em direção à cidade.
Os voos a avistarem as luzes foram, respectivamente, os seguintes:
Em todos os casos, houve pânico e agitação por causa dos objetos brilhantes que tomavam conta do espaço aéreo, alguns se aproximando das aeronaves em aparente rota de colisão.
(Fonte: Reprodução/Fantástico/TV Globo)
Além do risco de colisão com algum voo presente no espaço aéreo brasileiro, aqueles objetos faziam manobras impossíveis para qualquer aeronave jamais inventada.
A situação piorava por eles estarem sobrevoando regiões estratégicas para a defesa aérea, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Centro Técnico Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos (SP), e a Academia de Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP).
Voando em zigue-zague e, por momentos, próximos à velocidade da luz, esses supostos objetos voadores não identificados (óvnis) fizeram que a Força Aérea Brasileira acionasse caças F-5 e Mirage para interceptá-los.
(Fonte: O Estado de São Paulo)
Dias após o ocorrido, um extenso relatório foi produzido e entregue ao então Ministério da Aeronáutica. Entre as informações contidas nesse documento, constavam a altitude em que sobrevoavam (entre 1,5 km e 12 km), as suas cores (branca, verde e vermelha) e o fato de apresentarem a habilidade de acelerar e desacelerar rapidamente.
Contudo, de todas as revelações que podem ser encontradas no relatório oficial da Aeronáutica, a que mais chama a atenção era a afirmação de que os militares cogitavam a possibilidade de uma inteligência estar por trás daqueles óvnis.
Consta no relatório da Noite dos Discos Voadores que os fenômenos eram muito sólidos e refletiam certa “forma de inteligência”. Acreditavam que a capacidade de acompanhar e a de manter distância dos observadores, como também de voar em formação sem estar tripulado, eram características que exigiam nível de inteligência.
(Fonte: Arquivo Nacional)
Levaram 23 anos para que a Aeronáutica liberasse o dossiê final sobre a fatídica noite de 19 de maio. Mesmo com todo material à disposição, o relatório aponta que os relatos são inconclusivos.
Em nota aos veículos de imprensa, membros da Aeronáutica falaram que não existe nenhum outro documento além dos divulgados. Também disseram não dispor de profissionais especializados para realizar investigações científicas ou emitir parecer a respeito de fenômenos aéreos dessa natureza.
Quem se interessar pelo assunto pode acessar o material disponível no Arquivo Nacional. O acervo sobre óvnis é o segundo mais acessado, atrás apenas dos relatórios da ditadura militar.
E para você, a “verdade está lá fora”?