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16/02/2022 às 02:00•3 min de leitura
Você provavelmente sabe que os dinossauros foram extinguidos da face da Terra com a queda do asteroide que formou a famosa cratera Chicxulub, soterrada debaixo da Península do Iucatã, no México. Isso aconteceu há 65,5 milhões de anos, durante o período do Cretáceo, o último ciclo da Era Mesozoica, em que os continentes começaram a migrar para a posição que ocupam atualmente.
Mas como foi a extinção do Cretáceo? Será que algo conseguiria sobreviver ao impacto mesmo se estivesse há milhares e milhares de quilômetros de distância do marco zero?
(Fonte: The Conversation/Reprodução)
Bom, a resposta para a pergunta anterior é não. Filmes como O Dia Depois de Amanhã, 2012, Destruição Final: o Último Refúgio e o atual Moonfall falam sobre a relação da raça humana com a própria extinção, porém não conseguem precisar de fato qual seria o cenário mais exato da palavra "extinção".
O asteroide, chamado de "Impactor" pelos cientistas, era um pouco maior do que a Ilha de Ovalau (Fiji), que possui 106 km², o que não é nada comparado com os 510.100.000 km² da Terra em área de superfície e 12.742 quilômetros de diâmetro equatorial, porém ele deixou uma cratera de 193 mil quilômetros de largura.
Estima-se que o asteroide viajava a 75 mil km/h quando atingiu a costa da Península de Iucatã, pesando cerca de 2,27 bilhões de vezes o peso de uma aeronave X-15, que pesa 6,620 quilos. Isso tudo causou uma força de explosão de 100 milhões de megatons, o equivalente a 100 trilhões de toneladas de TNT.
(Fonte: La Tercera/Reprodução)
Conforme discutido em um artigo da Nature, esses não foram os únicos fatores que tornaram a queda do Impactor algo apocalíptico, mas também sua trajetória e o ponto considerado estratégico de colisão.
Por meio de softwares, os cientistas conseguiram determinar que o asteroide atingiu a Terra em um ângulo de 45 a 60 graus, produzindo um círculo quase perfeito de detritos igualmente distribuídos do que se atingisse o planeta em um ângulo mais raso. Acredita-se então que, se ele tivesse caído diretamente em cima ou em um ângulo de 20 graus, os lados onde os dinossauros habitavam poderia ter saído ileso.
(Fonte: Species New to Science/Reprodução)
Nada poderia deter a onda de devastação que o asteroide causou. O impacto culminou na morte instantânea de qualquer ser que estivesse pelo caminho em um raio de 804 mil quilômetros de distância, formando uma parede de rochas e detritos com 32 quilômetros de altura em uma bola de fogo que viajava a cerca de 1,6 mil km/h. Tudo, em 100 mil quilômetros, simplesmente virou poeira.
A força foi grande o suficiente para fazer vaporizar rochas e causar uma chuva de rochas derretidas do céu, provocando incêndios florestais que queimaram todo o planeta rapidamente. A chuva ácida fez erguer a temida escuridão de 24 horas que durou vários anos para dispersar, com uma queda de 82 graus na temperatura da superfície terrena durante a noite, destruindo o ecossistema.
(Fonte: Dino Jurrasic/Reprodução)
É por isso que 80% de todas as espécies do mundo sucumbiram, incluindo a vida microcelular. Todos os dinossauros não aviários foram extintos, bem como todos os mamíferos maiores que não puderam se esconder, e metade das espécies de plantas do planeta. Cerca de 75% dos invertebrados desapareceram dos oceanos.
Tudo o que não se adaptou para sobreviver à destruição sofreu de uma morte lenta. Com trilhões de toneladas de poeira e detritos na atmosfera, causando um apagão no planeta, desde árvores até plânctons morreram. Os níveis de oxigênio despencaram, a cadeia alimentar inteira se desfez e tudo o que era vida não durou algumas semanas.
Após o asteroide, a vida se recuperou por meio do que sobrou de fauna e flora em adaptabilidade. Atualmente, o planeta está no meio do sexto grande evento de extinção, mas, diferente dos outros cinco, esse foi a própria humanidade que causou.