Artes/cultura
04/03/2022 às 13:30•2 min de leitura
A cada ano que passa, o ser humano parece mais conectado com missões intergalácticas e disposto a desbravar o universo. Isso significaria que, em dado momento, seria possível uma mulher acabar tendo um filho fora da Terra. Mas o que aconteceria se um bebê nascesse no espaço? O parto seria normal?
Cientistas estudaram a gravidez de muitos animais fora de órbita, incluindo salamandras, peixes e ratos, mas testes nunca foram feitos com humanos. Ao todo, 60 mulheres já foram ao espaço desde que as missões espaciais tiveram início, porém nenhuma ficou grávida durante a viagem ou deu à luz enquanto estava flutuando em gravidade zero.
(Fonte: Shutterstock)
Caso chegue o momento que os humanos tenham o primeiro bebê fora da Terra, algumas coisas precisam ser levadas em consideração. A primeira e mais óbvia é que existe uma diferença gravitacional gritante em nosso planeta e fora dele. Isso poderia fazer com que o trabalho de uma mãe fosse mais difícil na hora de empurrar a criança.
Além disso, alguns riscos da gravidez seriam muito maiores no espaço caso as mulheres decidissem viver fora da Terra por períodos indeterminados. Uma das grandes preocupações para os partos no espaço seriam a perda de densidade óssea sofrida pelos seres humanos fora de órbita.
Sem o estresse da gravidade do nosso planeta, é comum que astronautas percam de 1% a 2% de sua densidade óssea para cada mês passado longe de casa. Isso seria especialmente preocupante em um cenário de parto, pois seria muito mais fácil a pélvis feminina se quebrar durante esse processo. Inclusive, já é recomendado para mulheres com ossos quebradiços evitarem o parto natural.
(Fonte: Shutterstock)
Com o parto natural basicamente descartado no espaço, as cesarianas se tornariam a primeira opção para as gestações caso os humanos escolhessem viver uma vida fora da Terra. E o que isso impacta nas nossas vidas? Se você não sabe, a maneira como damos à luz influencia diretamente na nossa anatomia.
Para se ter ideia, o tamanho da cabeça dos bebês é diretamente restringido pelo tamanho do canal de parto das mães. Caso mais cesarianas fossem feitas, essa limitação do tamanho da cabeça não existiria e nossos descendentes provavelmente seriam mais cabeçudos do que o considerado "normal" nos dias de hoje.
E essa não é a única mudança: a cor da nossa pele também seria diferente. No espaço, temos menos proteção contra radiações espaciais nocivas, como os raios cósmicos. De forma a combater esse problema, nós provavelmente teríamos que evoluir e desenvolver novos tipos de pigmentos da pele. O mais provável é que tonalidades mais escuras de pele se tornassem ainda mais comuns no espaço, mas essas mudanças poderiam demorar séculos ou milênios para acontecer.
Ou seja, migrar para outro lugar no espaço poderia significar que toda a nossa espécie mudaria completamente, tendo uma aparência completamente diferente do que a que conhecemos hoje. Mesmo assim, ainda existe um enorme caminho para pavimentarmos até lá.