Estilo de vida
07/03/2022 às 06:30•2 min de leitura
A gravidade pode unificar galáxias ou separá-las por completo, mas é certo que conseguir documentar esses processos é algo fascinante e raro — mesmo que estejamos em uma época com telescópios espaciais avançados e modernos. Por esse motivo, as fotos divulgadas pela NASA e pela Agência Espacial Europeia (ESA) no dia 14 de fevereiro são especiais.
Imagens obtidas através do Hubble mostraram 3 galáxias se convergindo em 1 só. Segundo os pesquisadores, essa nova formação está localizada a 681 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Câncer.
Como a força gravitacional dessa fusão tripla é tão intensa, poeiras estelares estão se acumulando para formar novas estrelas, causando protuberâncias na nuvem galáctica.
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(Fonte: NASA/Divulgação)
As fusões são maneiras comuns de galáxias crescerem e irem moldando novas estrelas desiguais e únicas. A Via Láctea que conhecemos hoje, por exemplo, é provavelmente resultado de uma fusão de 2 ou mais galáxias. Essa é uma visão baseada na enorme corcova localizada no centro da galáxia — que indicaria a colisão do processo de fusão.
Uma fusão pode ser proveniente de um processo de "gás molhado" — em que as partes presentes na operação ainda estão cheias de gás e muito geladas — ou por "gás seco", quando os corpos celestes já estão mais velhos e sem muito gás. Fusões molhadas têm uma maior taxa de criação de novas estrelas e costumam resultar em galáxias elípticas muito brilhantes.
Segundo os cientistas, a fusão observada pelo Hubble está em andamento há mais de 1 século e foi rotulada de IC 2431. Quem descobriu essa fusão foi o astrônomo francês Stephane Javelle em 1896, usando um telescópio muito menor. Na época, Javelle acreditava que existiam 4 galáxias se fundindo naquela região. Porém, os cientistas da NASA e da ESA acreditam ser apenas 3.
(Fonte: NASA/Divulgação)
A fusão IC 2431 não é a única que tem sido observada pelos astrônomos. A 5 mil anos-luz de distância daqui, uma colisão entre 2 galáxias em movimento está causando uma tempestade de novas estrelas. A última foto desse fenômeno foi postada no dia 22 de fevereiro pela NASA.
Nas imagens, o Hubble identificou a antiga galáxia NGC 2444 sugando a galáxia NGC 2445. À medida que a colisão se aproxima, o campo gravitacional da NGC 2444 faz os gases da NGC 2445 serem estimulados e, assim, um rastro de jovens estrelas azuis é deixado para trás. As massas estelares recém-nascidas repousam no "coração" da galáxia menor e estima-se que tenham de 1 a 2 milhões de anos.
Entretanto, a fusão de galáxias também revela uma força assustadora. Conforme observado pelas imagens obtidas pelo telescópio Hubble, uma teia de gases negros tem vazado do núcleo de nascimento das estrelas. Suas origens e seus componentes ainda são um mistério para a Ciência, mas é possível que isso esteja causando uma série de novas explosões na região.