Ciência
27/03/2022 às 10:00•2 min de leitura
Uma esponja do mar do tamanho de uma minivan encontrada no Havaí pode ser o animal vivo mais antigo do mundo. O espécime possui 3,5 metros de comprimento, 2 metros de altura e 1,5 metro de largura, e foi registrado por câmeras de veículos remotos durante uma expedição da instituição científica National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA).
O órgão divulgou um vídeo que mostra o entusiasmo da equipe ao identificar o ser em questão, situado a mais de 2 quilômetros de profundidade. De acordo com o NOAA, a esponja do mar pode ter 890 milhões de anos e é a maior já registrada — sua família, a Rossellidae, pode viver por cerca de 2.300 anos e possui grande importância para o ecossistema, pois é responsável por filtrar a água do mar, reciclar nutrientes e fornecer habitat para outros animais.
“A maior parte do nosso planeta está em águas profundas, sendo que a grande maioria nunca foi explorada. Encontrar uma esponja tão enorme e presumivelmente antiga enfatiza o quanto pode ser aprendido ao estudar ambientes profundos e primitivos”, disse Daniel Wagner, líder do trabalho, em comunicado oficial.
O especialista destacou que por conta do animal marinho estar no fundo do oceano, isso permitiu que ele não sofresse danos, explicando seu tamanho incomum. “Muitos organismos em mares profundos crescem muito lentamente, então eles precisam que seus habitats permaneçam estáveis por um longo tempo para poder crescer cada vez mais”, comentou à New Scientist.
(Fonte: Rasmus Leoth Petersen/Alamy Stock Photo)
A análise dos organismos também ressalta a relevância da espécie no que se refere à história da vida na Terra. Além de possivelmente ser o animal vivo mais antigo ainda vivo, o estudo de seus fósseis indica que podem ser os primeiros já encontraram no planeta. Em 2021, geólogos descobriram vestígios de esponjas do mar que devem ter vivido nos oceanos há cerca de 890 milhões de anos, no Canadá.
Caso essa descoberta seja confirmada, ela determinaria que se trata do fóssil mais antigo do tipo — superando em mais de 350 milhões de anos o registro anterior conhecido sobre a origem da vida terrestre. Até então, o recorde pertencia a um fóssil de espículas de esponjas encontradas no Irã, datadas de cerca de 535 milhões de anos atrás.