Estilo de vida
24/03/2022 às 09:00•3 min de leitura
É relativamente comum que, ao ouvir o termo mutação genética, associemos ele a algo negativa, nocivo. Ocorre que a evolução humana é recheada de situações em que mutações genéticas aconteceram e determinaram nossos rumos.
Não é exagero dizer, por exemplo, que sem as mutações ocorridas dentro de nosso sistema imunológico através da resposta natural ou das vacinas, não teríamos chegado até aqui. Ou que transformações em nossos corpos sobre a aceitação de alimentos foram determinantes a garantir nossa chegada ao século XXI. Então, venha conhecer 6 mutações genéticas que são características dos seres humanos contemporâneos.
(Fonte: Pixabay)
Doenças impactam nosso sistema imunológico de modo que ele dê uma resposta em defesa do organismo, como provavelmente você tenha ouvido muito ao largo destes últimos meses de pandemia. Contudo, o processo evolutivo humano deve muito à maneira como nossos corpos responderam às doenças ao longo dos séculos.
Por exemplo, pessoas com o tipo sanguíneo O são mais suscetíveis a serem afetadas por cólera. Como a doença é endêmica em algumas regiões do planeta, o cólera foi preponderante em fazer a seleção da população em países do sul asiático, como Bangladesh, por exemplo, onde se encontra a menor prevalência de seres com tipo sanguíneo O no mundo.
(Fonte: Reprodução/IFLScience)
A ciência acredita que, tal qual outros mamíferos, nossos ancestrais possuíssem três conjuntos de quatro molares, que ajudava à mastigação da vegetação dura que fazia parte de sua alimentação.
Com o domínio do fogo e a evolução de nossos processos de alimentação, os dentes passaram a não ter mais utilidade, justamente o que chamamos de dentes do siso. Contudo, descobriu-se que grande parte da população mundial não tem, ao menos, um dos dentes de siso, fruto de alguma mutação genética. Sorte que eles não fazem falta.
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Você talvez conheça alguém com intolerância à lactose, ou até mesmo seja essa pessoa. Mas sabia que, antigamente, há cerca de 10 mil anos, esse era algo natural? Como outros mamíferos, quando nos tornávamos adultos, deixávamos de produzir a enzima lactase, e não digeríamos mais o leite.
Acontece que uma mutação no gene MCM6 fez com que alguns humanos seguissem produzindo a enzima. Não se sabe exatamente em que momento houve a predominância de quem produzia a tal enzima, mas a ligação deve estar próxima com a domesticação de animais como a vaca.
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O cabelo ruivo é uma mutação genética promovida em um gene recessivo, o MC1R, também responsável na produção de melanina. A mutação ocorrida nesse gene faz com que a produção de coloração marrom ou preta seja inferior ao normal, enquanto torna a produção de cor vermelha e alaranjada maior.
Estimativas apontam que até 3% da população mundial seja ruiva, número pouco mais que 150 milhões de pessoas. Porém, como se trata de um gene recessivo, é provável que muitas pessoas o carreguem por aí, mas ele não se manifesta, já que precisa de outro gene para compor o par de cromossomos.
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Em um estudo relativamente recente, a humanidade ficou sabendo que as pessoas de olhos azuis no mundo são todas descendentes de um único ser humano. Há mais de 7.000 anos, na região do Mar Negro, uma mutação no gene OCA2, que controla a produção de melanina, regulador das cores em nosso organismo, levou a que o pigmento castanho dos olhos fosse transformado em azul.
De acordo com o estudo conduzido pelo geneticista dinamarquês Hans Eiberg, essa hipótese poderia explicar a grande concentração de pessoas com olhos azuis na Europa, principalmente no leste europeu.
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Quem tem amigos de ascendência asiática talvez já tenham visto que eles ficam com a pele do rosto ligeiramente vermelha após a ingestão de bebida alcoólica. Esse fenômeno, conhecido como rubor asiático, é causado por uma enzima inativa no fígado, a ALDH2.
Depois de ingerido, o álcool vai ao intestino, depois para o sangue, até chegar aos tecidos do corpo, sendo, por fim, filtrado no fígado. Lá, o álcool é transformado, no fim do processo, em ácido acético, coordenado pela enzima ALDH2. Nos asiáticos que a tem inativa, esse processo é tão lento que causa o rubor. Estima-se que 40% da população do leste asiático tenha esse defeito na enzima.