Artes/cultura
19/04/2022 às 10:00•2 min de leitura
Desde o final do ano de 2019, a humanidade passou a olhar de forma amedrontada para os vírus. É verdade que nós sempre soubemos da existência deles. Também é verdade que eles já haviam nos assustado antes, como na epidemia de Aids no final do século passado.
Contudo, a pandemia de covid-19 nos relembrou do poder mortal que esses seres têm e de como eles podem transformar a vida da humanidade, espécie que pensa comandar o planeta, em um piscar de olhos. Mas será que eles só existem para nos fazer mal?
A verdade é que os vírus fazem partem do equilíbrio do ecossistema do planeta. Sem eles, a humanidade não duraria muito tempo — e a maioria dos vírus não causa doenças aos humanos.
Contudo, eles fazem com que fungos, plantas e animais consigam viver de forma mais harmônica. Um exemplo disso é o controle populacional dos seres vivos, como as bactérias.
Cerca de 40% da mortalidade das bactérias é causada por vírus. Sendo assim, bactérias que causariam doenças a plantas e animais são eliminadas, dando lugar a vírus inofensivos a essas espécies, por exemplo. Sem os vírus, as bactérias reinariam soberanas no planeta.
Além disso, os vírus estão presentes no organismo de seres vivos, como o nosso. Um estudo da universidade de Tóquio, publicado em 2020, identificou a presença de vírus em vários tecidos humanos — e os pesquisadores não identificaram nenhuma patologia.
Fonte: Shutterstock
A primeira palavra que podemos usar para definir um vírus é “parasita”. Mas eles não são parasitas por opção. Eles não têm outra escolha. Os vírus não conseguem produzir proteínas — e as proteínas são usadas pelos seres vivos para criar tecidos, órgãos, obter energia etc.
Isso porque os vírus não têm uma estrutura que está presente nas células animais e vegetais: os ribossomos. Sem os próprios ribossomos, resta ao vírus parasitar organismos alheios e, assim, conseguir ter acesso aos preciosos ribossomos dos outros.
Aliás, a simplicidade da estrutura dos vírus nos impede de afirmar que eles sejam seres vivos, já que eles não têm uma estrutura celular. Os vírus são compostos por um ácido nucleico (DNA ou RNA) e uma cápsula que encobre esse ácido chamada de capsídeo.
A diversidade de vírus impressiona. Eles têm uma variedade muito maior do que a dos animais, vegetais e bactérias, e a humanidade está longe, mas muito longe, de catalogar a maioria deles.