Estilo de vida
14/05/2022 às 12:00•2 min de leitura
Você sabe onde a Terra termina? Não como se o planeta fosse plano e eventualmente chegasse a uma borda — como pensavam os antigos navegadores —, mas na compreensão de que em determinada altitude o céu passa a ser parte do espaço sideral.
No fim das contas, a atmosfera do nosso mundo é dividida em várias camadas e estar mais perto da borda da Terra também significa uma menor disponibilidade de oxigênio para nós, seres humanos — o que explica o fato de alpinistas usarem cilindros de oxigênio em suas escaladas. Tendo isso em mente, onde o planeta termina? Entenda mais nos próximos parágrafos.
(Fonte: Shutterstock)
Cada uma das camadas da atmosfera tem um papel fundamental para a existência de vida na Terra, o que inclui bloquear radiação cósmica causadora de câncer ou simplesmente criar pressão para que a água seja produzida. Conforme vamos nos afastando do planeta, a atmosfera se torna menos densa e sua composição muda.
Isso significa que átomos e moléculas mais leves tornam-se predominantes, enquanto as moléculas mais pesadas permanecem mais próximas do nosso mundo. A pressão atmosférica também cai drasticamente. É por esse motivo que quando estamos em um avião comercial, mesmo que ele seja bem pressurizado, podemos sentir os efeitos em nossos ouvidos.
Eventualmente, o ar se torna muito rarefeito para as aeronaves convencionais voarem, visto que ficam incapazes de gerar sustentação suficiente. É exatamente nessa divisa que os cientistas passam a considerar o fim da Terra e o início do espaço sideral.
(Fonte: Shutterstock)
A linha imaginária que separa a Terra do espaço é chamada por nós de linha de Kármán, nome dado em homenagem ao físico húngaro-americano Theodore von Kármán. Em 1957, o pesquisador foi a primeira pessoa a tentar traçar uma divisão entre as duas partes. Essa linha não só denota qual a altitude que uma aeronave pode sobrevoar, mas também é essencial para que cientistas e engenheiros consigam colocar um satélite em órbita.
Dessa forma, os satélites podem circular a Terra em uma linha confortável sem queimarem ou sem saírem de órbita após uma volta. Tipicamente, essa divisória acontece a 100 quilômetros de distância do nível do mar. De acordo com especialistas, algo até poderia orbitar o planeta abaixo da linha de Kármán, mas isso exigiria uma velocidade orbital extremamente alta.
Como essa linha não é física, no entanto, seria praticamente impossível uma pessoa notar que estaria entrando na zona da Terra após uma viagem intergaláctica. Quando entramos na região onde os satélites orbitam, isso não significa que a atmosfera tenha desaparecido por completo.
Para se ter ideia, são necessários milhares e milhares de quilômetros para que qualquer evidência da atmosfera do nosso planeta suma totalmente. Os átomos mais externos da atmosfera da Terra, que são os átomos de hidrogênio que compõem a camada mais externa da atmosfera, podem se estender a Lua. Portanto, a divisão entre planeta e espaço é uma mera convenção humana.