Estilo de vida
13/05/2022 às 10:00•2 min de leitura
Classificadas entre os desastres mais prejudiciais aos Estados Unidos tanto pelo impacto financeiro — mais de centenas de bilhões gastos em reparações — quanto pelo social, as tempestades tropicais possuem um alto poder destrutivo, e suas inundações arrastam tudo que encontram pela frente em um raio de quilômetros. Porém, uma nova pesquisa realizada por engenheiros da Universidade de Miami pode fortalecer o combate às enchentes, reduzindo os danos causados por meio do restabelecimento dos recifes de corais.
O projeto, que consiste em um tanque do tamanho de uma piscina, um gerador de ondas e um motor a jato capaz de canalizar ventos com força de furacão, foi fabricado como ferramenta essencial para compreender a importância dos corais na proteção de comunidades costeiras. Isso porque o ecossistema oceânico atua como quebra-mar natural durante eventos catastróficos e amortece os impactos em zonas próximas às águas, mas seu papel está sendo comprometido pela extinção, graças aos efeitos das mudanças climáticas.
(Fonte: Vox / Reprodução)
Nos EUA, os recifes de corais contribuem com a segurança de mais de 18 mil pessoas e evitam danos de US$ 1,8 bilhão em inundações por ano, de acordo com uma análise recente do US Geological Survey (USGS). A cobertura vegetal, naturalmente, consegue reduzir cerca de 97% da quantidade média de energia nas ondas, fazendo uma grande diferença na eliminação de riscos e na proteção populacional. Essa seria a razão pela qual seria assustador perder o ecossistema, que já reduziu mais de 50% de sua área em todo o planeta.
Com projeções de uma subida de mais de 30 centímetros do nível do mar nas próximas três décadas, especialistas do condado de Miami-Dade simularam furacões e recriaram as condições ideais para um desastre em larga escala, unindo tubos hexagonais ocos — chamados de "colmeia marinha" em profundidades aquáticas de pouco mais de um metro. Quando um motor foi ativado, os pesquisadores puderam criar rajadas de ventos e estimular o surgimento de ondas.
(Fonte: Vox / Reprodução)
Apesar de ser uma abordagem híbrida — ação humana e corais vivos —, o projeto de restauração da universidade exibiu uma eficiência de até 95% na proteção contra choques e reforçou a importância de revitalizar o ecossistema nativo. Atualmente, cientistas trabalham não apenas no trabalho de conscientização a partir de resultados concretos, mas também no desenvolvimento de organismos que crescem rapidamente e toleram melhor o aumento da temperatura do oceano, doenças e predação.
“Os fundos para gestão de desastres e adaptação climática são dezenas a centenas de vezes maiores do que os fundos para conservação e restauração de habitats”, escreveram os autores de um estudo publicado em 2021 pela Nature. “Essas perdas podem aumentar o risco de inundação em apenas alguns anos para níveis não previstos pelo aumento do nível do mar por décadas ou um século.”