Estilo de vida
24/06/2022 às 04:00•2 min de leitura
A Peste Bubônica, também conhecida como Peste Negra, foi uma das doenças mais devastadoras de todos os tempos, varreu a Eurásia e matou dezenas de milhões de pessoas nos meados dos anos 1300. Mesmo sendo um acontecimento tão marcante, no entanto, algumas questões se mantiveram em aberto por anos e anos.
Porém, tudo indica que a ciência tem caminhado para obter algumas respostas. Através de vestígios de DNA encontrados nos dentes das vítimas da peste, pesquisadores passaram a buscar por onde tudo teria começado e como a doença se espalhou pela Europa. Entenda!
(Fonte: Shutterstock)
Com o material coletado até agora, acredita-se que a Peste Bubônica tenha tido início na região que hoje é o norte do Quirguistão. De acordo com as descobertas publicadas na revista Nature, tudo indica que depois a doença teria se espalhado para o restante da Europa por meio de rotas comerciais.
Responsável por matar aproximadamente entre 30 a 50% da população da Europa, a Peste Negra acabou recebendo esse nome por conta das manchas negras que se formavam no corpo de suas vítimas. A doença era conhecida por matar rapidamente e causar linfonodos bastante inchados — os famosos bubões.
Entre os sintomas da peste estavam febre alta, vômitos, delírio e diversos outros problemas desagradável. Embora essa seja uma doença que ainda pode ser contraída nos tempos modernos, atualmente ela passou a ser facilmente tratável com antibióticos. Por fim, o aumento do saneamento básico e higiene global contribuíram para que toda a situação melhorasse desde o século XIV.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Para desvendar de onde teria surgido o primeiro surto de Peste Negra no mundo, os pesquisadores do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, na Alemanha, passaram a confiar em diversas pistas. A principal fonte de evidência de tudo estava no corpo de três mulheres enterradas no cemitério de uma comunidade medieval perto do Lago Issyk Kul.
Nas lápides, era possível ver o ano de suas mortes: 1338 e 1339. O pedaço de pedra também dizia que todas haviam morrido de "peste". Com isso, os pesquisadores passaram a notar que muitas outras lápides dessa região traziam essas datas com os mesmos dizeres, sete ou oito anos antes mesmo da praga chegar à Europa.
Ao fazem testes de DNA extraído da polpa dos dentes dos cadáveres, foi possível descobrir uma antiga cepa de Yersinia pestis, a bactéria responsável pela Peste Negra. Além disso, as marmotas que vivem na região atualmente têm pulgas que carregam uma cepa dessa bactéria — o que está possivelmente relacionado à versão antiga. Uma teoria dos pesquisadores é a de que as marmotas talvez tenham começado a epidemia.
As novas descobertas tornaram a cepa encontrada no Quirguistão a cepa "mãe" de toda a Peste Bubônica e dela surgiu a maioria das bactérias da peste que ainda existem até hoje.