Artes/cultura
09/08/2022 às 12:00•2 min de leitura
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) emitiu um alerta nos Estados Unidos para tentar evitar um possível surto com uma cepa de bactéria potencialmente mortal. Chamada Burkholderia pseudomallei, ela causa uma doença rara conhecida como melioidose, que mata de 10% a 50% dos infectados.
Ela é considerada endêmica em países do sudoeste asiático, no norte da Austrália e em Porto Rico. Em outros países da América Central e do Sul, África e Oriente Médio existem relatos, mas com uma incidência menor. Apesar do alerta do CDC, as chances da doença se espalhar pelo país são baixas. O alerta foi emitido após a confirmação de dois casos em que os pacientes se contaminaram nos Estados Unidos.
O principal motivo do alerta do CDC está na dificuldade de se diagnosticar a melioidose. Isso acontece porque os sintomas podem variar bastante de um caso para o outro. De maneira geral, os sintomas podem incluir febre, dor ou inchaço localizado, úlceras, abscessos, tosse, dor no peito, dificuldade em respirar, perda de apetite, perda de peso, desconforto estomacal, dores musculares ou articulares, confusão, dor de cabeça e convulsões.
Outro fator que pode dificultar o diagnóstico é o tempo para que a doença se desenvolva no organismo. Normalmente, isso ocorre após um período de duas a quatro semanas após a exposição à bactéria. Em casos extremos, esse tempo pode ser reduzido para poucas horas. Em 5% dos casos, os sintomas se desenvolvem anos após a exposição, de acordo com o CDC.
A infecção costuma acontecer através do contato direto por meio de cortes na pele, com solo ou água contaminados. Também existem casos de contágio por inalação ou ingestão, mas o CDC reforça que o risco de propagação de pessoa para pessoa é extremamente baixo.
Algumas pessoas com determinados problemas de saúde, compõem um grupo de risco, estando mais propensas a adoecer ou morrer de melioidose. Pacientes com diabetes, doença pulmonar crônica, doença renal crônica e qualquer condição que enfraqueça o sistema imunológico, devem prestar mais atenção nos sintomas. Uso excessivo de álcool também pode ser um fator de risco.
As duas pessoas nos EUA que foram contaminadas pela bactéria não viajaram para fora dos EUA. As bactérias foram identificadas no solo e na água na região da Costa do Golfo, no sul do Mississippi. Os dois casos de melioidose não estão relacionados e foram diagnosticados em 2020 e 2022, informou o CDC. Ambos os pacientes foram hospitalizados e se recuperaram após tratamento com antibióticos.
Por ano, os EUA registram cerca de 12 casos de melioidose. Porém, a maioria dos pacientes são infectados fora do país, em lugares onde a bactéria é endêmica. Nos dois casos do Mississippi, os pacientes não viajaram para fora dos EUA. Não está claro por quanto tempo e se ela se espalhou para outras partes dos EUA.