Artes/cultura
03/09/2022 às 09:00•2 min de leitura
Você sabe qual a maior estrutura do Universo? Aqui vai uma dica: precisamos dar uma espiada no cosmos para encontrá-la. E com o avanço da tecnologia conseguimos enxergar muito mais do que os nossos olhos são capazes de perceber!
Quando falamos do Universo, as distâncias são tão grandes que não tem como calcular em quilômetros. Por isso, os astrônomos criaram suas próprias unidades de medida. Uma delas é a distância que a luz pode percorrer, no vácuo, em um ano — 9,46 trilhões de km. Ela é chamada de ano-luz.
Quando uma fonte de luz se move em nossa direção, seus comprimentos de onda são mais curtos, o que as direciona para a extremidade azul do espectro. À medida que se afasta, as ondas se deslocam para o vermelho. É dessa forma que os astrônomos conseguem dizer se um objeto cósmico está se aproximando ou se afastando de nós.
Sob a influência da gravidade, os objetos cósmicos se unem no que são conhecidos como grupos de galáxias. Esses grupos podem ser atraídos para estruturas maiores, chamadas aglomerados de galáxias. E esses aglomerados podem se agrupar, formando as maiores estruturas conhecidas no Universo: os superaglomerados de galáxias, que podem se estender por distâncias superiores a 100 milhões de anos-luz.
Em 2014, a professora Hélène Courtois e a sua equipe de astrônomos, da Universidade de Lyon, anunciaram o mapeamento de um superaglomerado gigante em nossa galáxia.
Para explicar seu formato, Courtois costuma usar a analogia de um sistema fluvial, em que riachos fluem para os rios, que se direcionam para o mar. E assim como a gravidade faz com que a chuva caia nos córregos e eles desçam para os rios, as galáxias são atraídas pelo poder da atração gravitacional em direção a uma concentração enorme de massa: a Laniakea.
Na imagem acima podemos imaginar como é esse superaglomerado. Cada um dos pontos é uma galáxia e cada uma das linhas é o caminho que elas seguem. Laniakea contém cerca de 100 mil galáxias como a nossa e 100 trilhões de estrelas, se estendendendo por meio bilhão de anos-luz. Seu nome significa “céu imenso” em havaiano.
Só agora que os cientistas estão começando a entender como os superaglomerados funcionam. Ainda falta descobrir como a gravidade mantém esses sistemas gigantes unidos. Esses estudos também estão sendo usados para questionar alguns princípios científicos.
Nesse sentido, uma descoberta interessante foi feita pela estudante Alexia Lopez. Durante sua pesquisa, ela notou que, à medida que a luz viajava, nem toda ela chegava ao destino.
Por isso, ela criou um mapa 3D para tentar entender melhor e encontrou um padrão: as manchas vermelhas são todas galáxias ou aglomerados de galáxias, e juntas elas parecem formar uma estrutura gigante em forma de arco, o Arco Gigante.
Esses novos estudos ainda estão começando, mas podem mudar toda a nossa percepção do Universo.