Artes/cultura
06/10/2022 às 09:02•2 min de leitura
O perigo pode estar mais perto de sua casa do que você pensava. Segundo um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Bonn, na Alemanha, patógenos resistentes a antibióticos podem estar se espalhando através das máquinas de lavar e sendo transmitidos por meio das roupas.
A Klebsiella oxytoca, como é chamada a bactéria, foi identificada inúmeras vezes, mas por sorte não causando nenhuma infecção perigosa. Os cientistas ainda alertam que, apesar de nenhum caso grave ter sido registrado, essa bactéria pode causar infecções gastrointestinais e respiratórias — provocando morte no pior dos casos. Entenda mais sobre a situação!
(Fonte: Pixabay)
Publicado na revista Applied and Environmental Microbiology, o estudo alemão foi realizado em parceria com um hospital infantil, onde diversas amostras de Klebsiella oxytoca foram transmitidas aos recém-nascidos. De acordo com os pesquisadores, a fonte do problema teria sido uma máquina de lavar convencional usada para lavar as roupas dos bebês.
Para rastrear a origem e possíveis vias de distribuição do patógeno, várias amostras ambientais em áreas de pacientes e funcionários foram comparadas com as amostras colhidas dos recém-nascidos. Através desses dados, foi possível constatar que nem pais, nem equipe de enfermagem haviam transmitido a bactéria para os bebês.
Após uma análise minuciosa em laboratório, foi possível identificar a Klebsiella oxytoca na gaveta de detergente e na vedação da porta da máquina de lavar posicionada no porão do hospital, a qual era usada para lavar as meias e gorros tricotados à mão dos bebês da enfermaria. Após a remoção do eletrodoméstico, não foi detectado mais nenhum caso de colonização da bactéria.
(Fonte: Pixabay)
Na visão dos estudiosos da Universidad de Bonn, este é um caso bastante especial. Afinal, a maioria dos hospitais costuma usar máquinas de lavar especiais e processos de lavanderia em altas temperaturas, além do uso de desinfetantes, para eliminar a chance de crescimento de qualquer patógeno.
O problema é que máquinas de lavar convencionais são extremamente propícias para que bactérias resistentes a antibióticos se instalem, potencialmente se espalhando para humanos. O motivo disso é por usaram temperaturas mais baixas de água do que máquinas especializadas — algo que é mais positivo por economizar energia e ser ecologicamente correto.
No entanto, em um cenário onde essa máquina estivesse em um lar de idosos ou enfermos mais debilitados, a situação poderia sair completamente de controle, principalmente se houver a existência de feridas abertas. Bactérias desse tipo só podem ser tratadas com antibióticos comuns de limitada ou sem qualquer tipo de eficácia. Com isso, a chance dos casos evoluírem para sepse fatal só se agravam.
Lidar com esses patógenos tem se tornado um desafio crescente para os higienistas no mundo e tudo indica que será a nossa nova grande guerra de saúde durante as próximas gerações. Por esses motivos, é sempre importante que casas de enfermagem mantenham todo o tipo de cuidado necessário para poupar vidas.