Artes/cultura
22/11/2022 às 06:30•2 min de leitura
Um casal do Oregon recorreu ao Centro Nacional de Doação de Embriões (NEDC) em Knoxville, Tennessee, para tentar engravidar novamente. A doação deu certo e Rachel e Philip Ridgeway tiveram um casal de gêmeos.
Teria tudo para ser mais um nascimento a partir de uma fertilização in vitro, não fosse por um detalhe: os embriões foram congelados no dia 22 de abril de 1992. Ou seja, a concepção deles aconteceu há 30 anos.
(Fonte: Shutterstock)
Em 1992, um casal recorreu à fertilização in vitro para poder ter filhos. Foram produzidos embriões a partir dos espermatozoides do marido com os óvulos de uma doadora. Como o processo resultou em mais óvulos fertilizados do que o necessário, os embriões extras foram congelados para uso futuro.
Eles foram congelados em 22 de abril daquele ano e, por quase três décadas, ficaram armazenados em nitrogênio líquido a quase 200 graus abaixo de zero. Os embriões foram mantidos em um laboratório de fertilidade na Costa Oeste até 2007. Sabendo que não iriam ter outro filho, o casal que criou os embriões fez uma doação ao NEDC em Knoxville, Tennessee, para que outro casal pudesse usá-los.
O descongelamento aconteceu no dia 28 de fevereiro, pela Southeastern Fertility, uma clínica de fertilidade parceira do NEDC. Ao todo, dos cinco embriões, dois foram descartados por não serem viáveis. Os três restantes foram transferidos para Rachel e dois deles resultaram nos gêmeos: Lydia e Timothy Ridgeway.
Philip e Rachel Ridgeway com a foto dos embriões congelados por 30 anos (Fonte: CNN).
Segundo o NEDC, os gêmeos Timothy e Lydia estabeleceram um novo recorde para um embrião congelado que resultou em um nascimento. Antes deles, o recorde pertencia a uma criança que nasceu em 2020, a partir de embrião de 27 anos.
O novo recorde é tão peculiar, que por pouco o casal não deu à luz a embriões fecundados antes deles mesmos. Rachel e Philip Ridgeway tinham apenas três e cinco anos, respectivamente, quando seus gêmeos foram concebidos pelo casal anônimo.
Enquanto procuravam nos bancos de dados de doadoras de óvulos, o casal focou em uma categoria chamada “consideração especial”. Essa escolha foi porque eles sabiam serem embriões mais difíceis de conseguir encontrar receptoras. Apesar disso, Philip afirma que não esperava bater um recorde. O próprio banco de dados não divulga por quanto tempo os embriões foram congelados.
“Não queríamos obter os embriões que estão congelados há mais tempo no mundo”, disse Philip à CNN. “Só queríamos aqueles que estavam esperando há mais tempo”.
Os Ridgeway já eram pais antes da fertilização in vitro. Eles têm outros quatro filhos — de oito, seis, três e dois anos. Os caçulas da família nasceram saudáveis no dia 31 de outubro. Philip comentou que "De certa forma, eles são nossos filhos mais velhos, embora sejam nossos filhos menores".