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02/12/2022 às 02:00•2 min de leitura
Houve uma época em que os cientistas acreditavam existir apenas uma única galáxia no Universo, a nossa Via Láctea. Na verdade, há pouco menos de um séculos não sabíamos da existência de galáxias muito, muito distantes...
Contudo, essa visão um tanto limitada começou a mudar com um homem chamado Edwin Powell Hubble (1889-1953). Em 30 de dezembro de 1924, esse astrônomo norte-americano anunciou ter encontrado fortes evidências de que a Via-Láctea era somente uma das muitas galáxias existentes em um universo em constante expansão.
Edwin Hubble examinando uma fotografia de uma galáxia.(Fonte: Edwin P. Hubble Papers, Huntington Library, San Marino, Califórnia/ Reprodução)
Como você já deve ter imaginado, sua descoberta no decorrer da década de 1920 de que haviam inúmeras outras galáxias além da nossa mudou por completo como até então se compreendia o universo e o nosso lugar dentro dele. Por conta dos seus feitos, Hubble se tornou um dos principais astrônomos do século XX.
Aliás, antes dele a maioria de seus colegas astrônomos de Hubble imaginava que todo o universo, isto é, planetas, objetos difusos como nebulosas e estrelas estavam contidas na Via-Láctea. Em outras palavras, nossa galáxia era o todo o Universo conhecido.
Em 1923, após conseguir um cargo no Mount Wilson Observatory, Hubble decidiu observar uma parte nebulosa de nosso céu conhecida como Nebulosa de Andrômeda. Usando o telescópio Hooker do observatório, ele notou que ali havia muitas estrelas como as encontradas em nossa galáxia, apenas eram mais fracas.
Na Nebulosa de Andrômeda, Hubble observou uma estrela Cepheid, um tipo de estrela que apresenta um brilho variável que pode ser usado para medir determinadas distâncias. A partir desse momento, Edwin Powell Hubble, concluiu que a nebulosa que estava observando não se tratava de um aglomerado de estrelas próximas, mas, sim, de uma galáxia inteira, a agora conhecida como galáxia de Andrômeda.
(Fonte: Shutterstock)
Edwin não parou por aí, nos anos seguintes suas pesquisas o levaram a descobertas semelhantes em diversas outras nebulosas. Já no final da década de 1920, eram raros os astrônomos que não estavam convencidos de que a Via Láctea era apenas uma, entre tantas outras milhões de galáxias.
Essa mudança de pensamento foi tão intensa e profunda em termos de conhecimento que pode ser comparada a descoberta de que o mundo era esférico e que girava em torno do Sol.
(Fonte: Shutterstock)
Baseando-se nos estudos de Vesto Melvin Sliper, outro astrônomo estadunidense, Hubble e seu assistente, Milton Humason, aprofundaram suas pesquisas envolvendo cerca de 46 galáxias.
Aliás, em 1929, eles formularam a Lei de Hubble que, em suma, diz que quanto maior a distância de uma galáxia da nossa, mais rápido ela se afasta. Ou seja, temos aqui a prova da expansão do Universo.
Um fato interessante é que as considerações de Edwin Powell Hubble serviram para outra teoria: a da origem do Universo pelo Big Bang, proposta pelo cientista Georges Lemaitre. Afinal, se o Universo estava se expandido, era porque ele já foi menor.
Hubble administrou o Mount Wilson Observatory pelo resto de sua vida. Embora não tenha ganhado nenhum Nobel de Física, já que astrônomos eram considerados inelegíveis (isso mudou depois), ele recebeu várias homenagens invejáveis, como ter uma cratera lunar e um asteroide com seu nome, e a mais famosa de todas: o telescópio Hubble, lançado em 1990.