Artes/cultura
08/12/2022 às 04:00•2 min de leitura
Conforme os dados elaborados pelo Statista, estima-se que 5 milhões de drones foram vendidos a consumidores populares em 2020, e espera-se que o número aumente na próxima década, atingindo 9,6 milhões de remessas de unidades do dispositivo em todo mundo até 2030.
O SeedScientifc alega que 15% dos norte-americanos já manipularam um drone antes, enquanto apenas 8% deles, de fato, possuem um, visto que o preço do aparelho pode variar entre US$ 90 e US$ 10 mil. Já no Brasil, os preços também não ficam muito longe disso, entre R$ 400 e R$ 12 mil.
Apesar de o aparelho ter se popularizado em 2015, seu uso já era feito muito antes até mesmo da Primeira Guerra Mundial, mas o marco da criação do que é considerado o primeiro drone moderno, desenvolvido pela empresa britânica De Havilland DH, é de 1935.
No entanto, o que poucas pessoas sabem é que o primeiro drone foi inventado por Nikola Tesla.
(Fonte: Hiper Cultura/Reprodução)
Desde meados do século XIX que os militares utilizam a tecnologia de dispositivos de controle remoto para tiro ao alvo, ataques aéreos, treinamento, vigilância e negociação de reféns. Em 1849, por exemplo, a Marinha Austríaca usou 200 balões incendiários em um esforço para capturar Veneza. Já no início dos anos 1900, os militares dos EUA começaram a explorar a tecnologia de drones rudimentares para construir alvos práticos para treinamento.
Para Tesla, o grande problema de sua geração era que ela ainda não havia se ajustado completamente à época das máquinas. Ele também acreditava que a solução dos problemas não era destruí-las, mas sim dominá-las. E como se tivesse tido o privilégio de um vislumbre do futuro, o croata previu certeiramente que inúmeras atividades produzidas por mãos humanas seriam substituídas por autômatos em um futuro não muito distante. Isso deveria significar o fim do trabalho escravo, liberando a humanidade para “perseguir suas aspirações”.
“Nesse exato momento, há cientistas trabalhando em laboratórios de universidades americanas para tentar criar uma ‘máquina pensante’. Eu antecipei essa inovação”, disse ele.
Quanto ao cenário de guerra, Tesla enxergava como essas máquinas se tornariam uma prioridade para os humanos, mas se equivocou ao lançar um olhar utópico imaginando um mundo onde os países seriam civilizados a ponto de gastar mais dinheiro em educação do que em conflitos armados.
(Fonte: Business Insider/Reprodução)
Foi no final da década de 1890 que Tesla começou a se envolver com a robótica e em 8 de novembro de 1898, ele patenteou o que chamou de Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT), algo muito parecido com o que conhecemos por drone atualmente, só que na forma de um barco. No documento, ele descreveu que a invenção seria "útil para comunicação com regiões inacessíveis e para explorar as condições existentes nesses locais", mas ressaltou que seu melhor desempenho traria um efeito transformador para a guerra.
Tesla acreditava que o barco drone era o futuro de conflitos em que as nações usariam robôs controlados remotamente para não arriscar a vida de suas tropas.
A peça foi exibida no mesmo ano durante a Electrical Exhibition, que aconteceu no Madison Square Garden, para visitantes que a inspecionaram assombrados com sua tecnologia considerada revolucionária para a época.
(Fonte: Military History Now/Reprodução)
Infelizmente, o apelo militar da invenção de Tesla foi silenciado e sua patente acabou expirando sem nenhum interesse dos Departamentos de Guerra ou da Marinha. Em 1916, Tesla fez a primeira tentativa de construir um drone automotor aéreo, mas não conseguiu. Esse feito só foi alcançado durante a Primeira Guerra Mundial, quando o primeiro torpedo sem piloto foi projetado pela empresa Dayton-Wright Airplane Company.
Após a guerra, as empresas se empenharam para impulsionar a tecnologia dos drones, com invenções como o Hewitt-Sperry Automatic Airplane e o Kettering Bug, um torpedo aéreo não tripulado. Todos esses esforços foram essenciais para que o ator e entusiasta de aeromodelismo Reginald Denny se tornasse o primeiro civil a controlar um veículo pilotado remotamente.