Técnica de fusão nuclear pode gerar energia limpa infinita

13/12/2022 às 09:002 min de leitura

Cientistas americanos anunciaram um grande avanço científico: eles dizem ter conseguido, pela primeira vez na história, criar uma fusão nuclear que gera mais energia do que gasta. Este é um processo tecnológico buscado há décadas pelos físicos, pois ele poderá ser uma potencial fonte de energia limpa quase ilimitada.

Não por acaso, a fusão nuclear já foi chamada de "Santo Graal" da produção energética, tendo em vista seu enorme potencial. A ideia desta tecnologia é imitar o processo que acontece nos núcleos das estrelas. Contudo, até o momento, os cientistas nunca haviam descoberto maneiras de realizar este experimento de maneira economicamente viável.

O que é a fusão nuclear?

(Fonte: Diário Econômico)(Fonte: Diário Econômico)

O processo de fusão nuclear consiste na união de núcleos atômicos, fundindo átomos de hidrogênio. Esta reação produz quantidades gigantescas de energia, o que pode ser uma solução para a geração de uma energia sustentável, uma das grandes questões no futuro do planeta.

É o exato oposto da fissão nuclear, que ocorre quando átomos são separados. O processo de fissão é usado atualmente em usinas nucleares para criar energia, mas tem o enorme problema de produzir resíduos e emitir radiação por muito tempo, dando origem a consequências muito perigosas para os humanos e para o planeta.

Por isso, há muito mais esperança no processo de fusão nuclear, que gera bem mais energia e deixa pouca quantidade de resíduos radioativos. Para completar, a fusão nuclear não emite gases que impactam no efeito estufa.

Os problemas solucionados

(Fonte: G1)(Fonte: G1)

O principal entrave a ser superado pelos cientistas envolve o desenvolvimento de um processo capaz de gerar mais energia do que gastar. Até então, nenhum experimento teria conseguido fazer isso.

Este desafio teria sido superado, mas os pesquisadores esclarecem que há ainda muito caminho a ser percorrido antes que se possa pensar em um uso mais cotidiano da fusão nuclear - como, por exemplo, para fornecer energia para lares domésticos.

O trabalho envolve uma técnica que coloca uma pequena quantidade de hidrogênio em um pequeno receptáculo (do tamanho de um grão de café), atingido em seguida por um laser com 192 feixes, que aquecem e comprimem o combustível de hidrogênio. 

Esse laser é tão intenso que consegue aquecer a cápsula a uma temperatura mais alta do que a encontrada no centro do Sol. Por conta dessa força do laser, a cápsula começa a se "implodir", fazendo com que os átomos de hidrogênios se fundam e liberem muita energia.

O experimento com fusão nuclear ocorreu a partir do experimento National Ignition Facility, executado no Lawrence Livermore National Laboratory (LLNL), na Califórnia. O projeto tem o  custo de US$ 3,5 bilhões.

Os cientistas estão comemorando o resultado obtido. Segundo Gianluca Gregori, professor de física da Universidade de Oxford, "o sucesso de hoje depende do trabalho feito por muitos cientistas nos EUA, Reino Unido e em todo o mundo. Com a ignição agora alcançada, não apenas a energia de fusão é desbloqueada, mas também uma porta está se abrindo para uma nova ciência", declarou para a BBC.

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