Artes/cultura
20/12/2022 às 02:00•2 min de leitura
Um pequeno trecho de terra com 103 mil km² no meio do Oceano Atlântico, a Islândia é conhecida por ser o destino dos aventureiros, sobretudo por sua paisagem marcada por auroras boreais ao longo da borda sul do Círculo Polar Ártico à noite, pelos vários vulcões e geleiras que disputam espaço.
Parece até que essa quantidade toda de beleza natural a oferecer se força tanto em surpreender que não para de crescer — literalmente. A Islândia está aumentando de tamanho a cada ano, tornando o país insular cada vez mais largo e alto à medida que a massa de terra relativamente jovem e ativa se divide e se move.
(Fonte: CN Traveler/Reprodução)
Entender o motivo de a Islândia crescer um pouco a cada ano é fazer um mergulho no passado da história de sua geologia, que começou por volta de 70 milhões de anos atrás ou mais, quando o país foi criado como resultado de lava quente saindo do fundo do Atlântico Norte. A lava teria subido e esfriado antes de finalmente produzir o grande bolsão de magma que agora está sob a ilha.
Isso é mais do que o suficiente para deixar claro que a Islândia é pesada em atividade vulcânica, com mais de 30 vulcões ativos conhecidos até o momento. E essa composição gradual não terminou apenas porque a ilha foi formada, visto que o país está localizado sobre placas tectônicas em movimento, responsáveis por fazer com que a ilha se expanda lentamente a uma taxa de cerca de 2,54 centímetros por ano.
(Fonte: The New Yorker/Reprodução)
Ou seja, a Islândia está sobre uma grande zona de divergência, caracterizada pelo afastamento das placas tectônicas, fazendo com que o magma jorre do centro da Terra e crie mais massa de terra ao longo da Cordilheira do Atlântico Norte, tornando a Islândia mais larga. Tecnicamente, o país está sendo "rasgado", mas em vez de destruí-lo, a quantidade de massa está aumentando.
O National Land Survey é o órgão responsável por rastrear o deslocamento dessas placas e analisar como essas mudanças afetam a terra. O sistema identificou que a expansão da Islândia está acontecendo mais pelo centro, onde duas placas estão mudando continuamente.
(Fonte: Visit Iceland/Reprodução)
Enquanto o país está erodindo ao longo de suas bordas a uma taxa semelhante à que está crescendo, a Islândia também está se mantendo praticamente do mesmo tamanho, pelo menos em largura. Imagino que esteja confuso agora, certo?
Bem, o país insular não está apenas se expandindo, mas também subindo, devido às mudanças climáticas, como resultado de placas tectônicas à deriva, causada pelo derretimento das calotas polares.
Conforme as calotas derretem, a terra sob elas é descoberta e aliviada do peso das camadas de gelo, fazendo com que a massa de terra se mova para cima a uma taxa de aproximadamente 3,5 centímetros por ano — uma velocidade mais rápida do que os cientistas previram.
Com a mudança climática fazendo com que a Islândia suba como o mar, o efeito disso é um aumento imediato e drástico na atividade vulcânica da região, à medida que as rochas quentes derretidas sobem à superfície.
A última vez que um fenômeno semelhante aconteceu foi no final da Idade do Gelo, há cerca de 570 milhões de anos, quando as taxas de erupção aceleraram 100 vezes em comparação às erupções no início do período glacial.