Ciência
20/12/2022 às 12:00•3 min de leitura
Ano de reestruturação da arqueologia devido ao pós-pandemia, 2022 marcou a história da exploração com achados marcantes e reveladores. Durante os últimos 12 meses, pesquisadores e entusiastas identificaram, em diversas localidades do planeta, registros que contam mais sobre o passado da humanidade e resolvem casos dados, por muito tempo, como sem solução.
Confira abaixo algumas das descobertas mais significativas realizadas durante o ano de 2022:
Usando robôs subaquáticos, uma equipe de exploradores encontrou os destroços do icônico Endurance, navio de Ernest Shackleton desaparecido em meados de 1915. Durante uma tentativa de cruzar a Antártica pelo Polo Sul e concluir mais um feito lendário no século XX, o britânico teve que abandonar a embarcação junto com sua tripulação. Preso no gelo do mar de Weddell, Endurance afundou e chegou a 3.050 metros abaixo do nível da água.
Descoberta macabra ocorrida em Lima, no Peru: oito crianças mumificadas foram desenterradas pela equipe do arqueólogo Pieter Van Dalen Luna. Datados de mil a 1.200 anos atrás, os corpos foram supostamente sacrificados para acompanhar os indivíduos na transição para o submundo e revelaram uma prática frequente realizada em meio às sociedades pré-incas, especialmente em relação às "pessoas de alto escalão".
Enquanto cultivava sua terra em Khan Younis, na Faixa de Gaza, o fazendeiro palestino Nidal Abu Eid encontrou, por acaso, um artefato que logo provaria seu valor histórico. Após reportar o achado para as autoridades locais, foi identificado que o item era o crânio de Anat, datado de quase 4.500 anos atrás. Segundo as lendas locais, ela era a deusa cananeia do amor e da guerra.
Descritas como pegadas fantasmas, trilhas deixadas no deserto do Great Salt Lake, em Utah, chamaram a atenção de pesquisadores em julho deste ano. Durante uma investigação profunda na região, foi determinado que os rastros têm quase 12 mil anos, quando a última Era do Gelo estava perto de seu fim. Aparentemente, seus donos eram um bando de adultos e uma criança que vagavam pela área enquanto ela ainda era marcada pela presença de extensos pântanos.
(Fonte: Getty Images / Reprodução)
O curioso caso do pênis na pedra ocorreu em ruínas no sul da Espanha e chamou a atenção por destacar uma genitália estilizada que remete à época romana. Com quase 45 centímetros de comprimento e esculpida em alto relevo em um pedaço de rocha, a peça evidencia uma prática bastante comum realizada pela sociedade da antiga Roma para glorificar a virilidade, já que normalmente se viam símbolos fálicos nas fachadas das casas e até mesmo em amuletos carregados por soldados.
Pesquisadores desenterraram um impressionante mosaico na Síria e encontraram referências a algumas das mais importantes figuras mitológicas da Grécia Antiga. A arte, de 1.600 anos atrás e com dimensões de 20 por 6 metros, chamou a atenção pelo seu surpreendente estado de preservação. Na imagem, é possível observar várias cenas descritas pelo poeta Homero na Ilíada e na Odisseia, incluindo o deus romano Netuno ao lado de suas 40 amantes.
Naufragado nas Filipinas em outubro de 1944 após ser bombardeado por japoneses e levar consigo 89 tripulantes, o navio USS Samuel B. Roberts, da Marinha dos EUA, foi encontrado a uma profundidade de 6.895 metros, tornando-o o naufrágio mais profundo já descoberto na história. Curiosamente, o segundo maior naufrágio já registrado (6.460 metros) também ocorreu durante a Batalha de Samar e foi identificado pelo mesmo homem, o empresário texano Victor Vescovo.
Vinte e quatro impressionantes estátuas de bronze foram encontradas no antigo spa italiano de San Casciano dei Bagni. Acredita-se que, há mais de 2 mil anos, etruscos trabalharam na preservação dos artefatos por meio do mergulho em água fervente e lama. Supostamente, essas estátuas estavam no fundo das águas termais como forma de oferendas aos deuses antigos.