Ciência
12/01/2023 às 06:30•2 min de leitura
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) concedeu, pela primeira vez, uma licença de uso de uma vacina desenvolvida especialmente para proteger abelhas de uma infecção bacteriana. O imunizante, criado pela empresa de biotecnologia Dalan Animal Health é destinado a abelhas melíferas (que produzem mel). A empresa diz que espera começar a venda da vacina ainda neste ano.
As abelhas têm muitas funções no reino animal, e entre elas há uma que impacta todas as formas de vida no planeta: a polinização.
A polinização é essencial para a vida na Terra, sem ela, grande parte das plantas não consegue produzir frutos e se reproduzir, afetando diretamente a agricultura.
Com as mudanças climáticas, destruição de florestas e outras catástrofes naturais, esses insetos têm sido afetados com pragas, que acabam dizimando colmeias inteiras.
Entre esses patógenos, um em especial é o terror de enxames e apicultores. A Loque America, também conhecida como cria pútrida americana, causada pela bactéria Paenibacillus larvae.
A solução mais prática, e menos interessante, é a queima de colmeias e abelhas infectadas.
Essa infecção causa a morte de larvas e pupas nas celas, adoecendo toda colmeia. Atualmente possui poucas alternativas de manejo, como uso de antibióticos e, em último caso, a destruição das colmeias e abelhas.
Mas a fim de evitar essa catástrofe, os cientistas da Dalan desenvolveram a primeira vacina para abelhas conhecida no mundo.
Seria essa a hora da vingança?
Mas uma pergunta que pode estar na sua cabeça é: como uma abelha pode ser vacinada?
A medicação desenvolvida para o uso em abelhas é um imunizante com tecnologia similar a das vacinas. Os cientistas agregam bactérias de P. larvae na proteína vitelogenina, encontrada em ovos. Essa mistura é ofertada na alimentação de abelhas operárias, que processam esse imunizante, o incluindo na geleia real, com a qual alimentam a rainha.
As abelhas operárias secretam o alimento da rainha, e alimentadas com o imunizante, o incluem na dieta da matriarca.
Ao se alimentar com essa geleia aditivada, a rainha passa a ter o imunizante nos ovários, e a partir disso, todos os ovos passam a ser produzidos com imunidade contra a bactéria destruidora.
Após sucesso nos testes iniciais, a vacina recebeu uma licença condicional da USDA que deve durar por dois anos.