NASA anunciou que EUA está em uma Corrida Espacial com a China

25/01/2023 às 11:003 min de leitura

A Corrida Espacial do século XX nunca foi apenas sobre desvendar os mistérios do espaço e, consequentemente, cravar uma marca ao orbitar a Terra pela primeira vez na História da humanidade, tampouco fazer aterrissar alguém na Lua –, mas sobre o poder bélico de ambas as nações em disputa, no caso, a União Soviética e os Estados Unidos.

Isso foi consequência direta do resultado da Segunda Guerra Mundial, que desencadeou uma busca irrefreável por alta tecnologia militar das potências do Eixo e Aliados. Quando as bombas Little Boy e Fat Man foram jogadas em Hiroshima e Nagasaki respectivamente, em 1945, o cenário político mudou completamente, com a Guerra Fria entrando logo em seguida devido à ameaça nuclear.

(Fonte: The Lighthouse/Reprodução)(Fonte: The Lighthouse/Reprodução)

Em meio a todo esse caos, vale ressaltar que a Corrida Espacial não só custou muito para os cofres públicos das nações em destaque, como resultou em controvérsias. Afinal, sobretudo nos EUA, a sociedade não aguentava mais investir em bilhões de dólares que caíam no mar apenas para que o país alcançasse um feito – inclusive, esse foi um dos motivos que fez o presidente Kennedy colocar um fim na corrida, e também um dos motivos pelos quais nós nunca mais voltamos à Lua.

No entanto, esse ano, a NASA anunciou que os EUA entraram em uma nova Corrida Espacial, dessa vez tendo a China como adversária.

A "ameaça chinesa"

(Fonte: CNN/Reprodução)(Fonte: CNN/Reprodução)

Segundo Bil Nelson, ex-astronauta, administrador da NASA e senador da Flórida, os EUA estão travando uma corrida espacial com os chineses, portanto, o país precisa tomar cuidado para que seu rival não saia na frente e tente dominar os recursos lunares ao reivindicar a propriedade das áreas ricas em recursos do satélite natural da Terra.

“É fato: estamos em uma corrida espacial. E é verdade que é melhor tomarmos cuidado para que eles [os chineses] não cheguem a um lugar na Lua sob disfarce de pesquisa científica. Não é impossível que eles digam: ‘Fiquem longe, estamos aqui, este é o nosso território’”, ressaltou Nelson ao Politico.

(Fonte: Space News/Reprodução)(Fonte: Space News/Reprodução)

Apesar da declaração oficial para a mídia, essa disputa já acontece há algum tempo, e os próximos dois anos podem determinar qual país obterá uma vantagem. Em 2022, o programa espacial chinês construiu uma estação espacial na órbita da Terra e estabeleceu várias missões de órbita lunar e recuperação de amostras. Uma terceira fase do programa, prevista para acontecer em 2025, visa estabelecer uma estação de pesquisa lunar autônoma perto do polo sul da Lua.

Em dezembro, o governo da China anunciou o objetivo de pousar taiconautas em solo lunar até o final da década, também apresentando sua visão para um pouso lunar tripulado, transporte espacial, infraestrutura e governança espacial. Essa movimentação, considerada agressiva pela NASA, seria uma prova da ambição chinesa para dominar o território conquistado pelos norte-americanos em 1965.

Sem ficar para trás

(Fonte: Newsweek/Reprodução)(Fonte: Newsweek/Reprodução)

Apesar de a NASA ter completado recentemente a missão Artemis I de 26 dias – o primeiro grande passo para a volta do homem à superfície lunar –, a agência alega que esse tipo de "movimentação ostensiva" da China têm eclipsado de propósito as conquistas norte-americanas com o objetivo estratégico de deslocá-los como potência espacial global econômica, diplomática e militarmente dominante – como foi descrito no relatório da Força Espacial, da Unidade de Inovação de Defesa, da Força Aérea e do Laboratório de Pesquisa da Força Aérea.

“É inteiramente possível que eles [os chineses] possam nos alcançar e nos ultrapassar”, afirmou a tenente-general Nina Armagno da Força Espacial em visita à Austrália. “O progresso que eles fizeram foi impressionante, e incrivelmente rápido”.

(Fonte: Wired/Reprodução)(Fonte: Wired/Reprodução)

Em defesa da China, o porta-voz da embaixada chinesa em Washington, Liu Pengyu, disse ao Politico que os EUA estão fazendo interpretações erradas sobre os motivos por trás do impulso na exploração espacial chinesa, ressaltando que o espaço sideral não é um ringue de luta.

“A China defende o uso pacífico do espaço, se opõe ao armamento e à corrida armamentista no espaço sideral; trabalhando ativamente para construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade no domínio espacial”, acrescentou Pengyu.

Mas os americanos insistem que "medidas proativas" são necessárias para sustentar a liderança espacial do país em todos os instrumentos de poder nacional, apesar da tentativa incansável da China de acelerar o fechamento de suas lacunas tecnológicas com os EUA.

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