Estilo de vida
25/01/2023 às 10:00•2 min de leitura
De acordo com o que foi divulgado pelo Museu de História Cultural de Oslo, arqueólogos na Noruega encontraram uma laje de 2 mil anos no final de 2021 que se acredita ser a pedra rúnica datável mais antiga do mundo. As runas, que nada mais são do que caracteres que compõem vários alfabetos germânicos, foram usadas no norte da Europa desde o início da Era Comum até a adoção do alfabeto latino no final da Era Viking.
Os pesquisadores seguem reunindo seus mistérios até hoje, o que faz descobertas novas como essa um grande passo para entendermos mais sobre o passado da humanidade. Segundo relatos, o objeto foi encontrado durante a escavação de um túmulo na cidade de Tyjrifjord e estava dentro de uma cova de cremação junto de itens como carvão e ossos queimados.
(Fonte: Javad Parsa/AFP)
Através do procedimento de datação por radiocarbono dos ossos e carvão presentes no local da escavação, acredita-se que a pedra rúnica foi provavelmente inscrita em algum momento entre 1 d.C. e 250 d.C., conforme foi divulgado pelo museu. O objeto foi esculpido em arenito marrom plano, remontando aos primeiros dias da escrita rúnica.
A pedra foi apelidada pelos pesquisadores de "Svingerudsteinen", ou "pedra Svingerud", em homenagem ao local onde foi encontrada. Segundo Kristel Zilmer, professora de Cultura Escrita e Iconografia da Universidade de Oslo, é bem provável que essa seja uma das primeiras tentativas do uso de runas na Noruega e na Escandinávia registrada em pedras.
Zilmer ainda ressaltou que o encontro da pedra é a "coisa mais sensacional" que ela já experimentou em sua carreira, com potencial de fornecer a historiadores e arqueólogos informações importantíssimas sobre o uso mais antigo de runas na região. Runas mais antigas que essa já foram achadas no passado, sendo a mais antiga inscrita em um pente de osso encontrado na Dinamarca.
(Fonte: Shutterstock)
Medindo 31 centímetros de comprimento por 32 centímetros de altura, a pedra rúnica apresenta várias inscrições em sua superfície. Oito runas foram observadas em um dos seus lados, formando a palavra "idiberug". Conforme foi divulgado pelo museu, essa palavra pode se referir a um indivíduo ou a uma família — podendo até mesmo ser o nome da pessoa cujo túmulo guardava a pedra rúnica.
“O texto pode se referir a uma mulher chamada Idibera e a inscrição pode significar 'Para Idibera'. Outras possibilidades são que idiberug é a tradução de um nome como Idibergu, ou talvez o nome de parentesco Idiberung. E há outras interpretações possíveis — como é comum nas primeiras inscrições rúnicas”, afirmou Zilmer.
Determinar o significado de uma runa pode ser um verdadeiro desafio para os pesquisadores, pois pode ter havido múltiplas variações de runas e variações entre os idiomas com o passar dos anos. A equipe responsável pela descoberta afirma que ainda existe muito a ser analisado sobre o objeto, mas que estão confiantes de que essa pedra rúnica trará informações valiosas sobre o início da história da escrita rúnica.