Estilo de vida
11/02/2023 às 06:00•2 min de leitura
O processo de desenvolvimento das baterias passa por uma série de desafios, sobretudo nos carros elétricos, que apesar dos avanços, ainda tem exigido constante aperfeiçoamento. E isso se reflete tanto na busca por modelos que apresentem maior desempenho quanto com potencial de atenuar os impactos ambientais.
Assim, uma série de experimentos na busca por um material ideal têm ocorrido nos últimos anos. E as árvores estão apresentando uma solução promissora graças à presença de um componente que pode ser utilizado na composição de baterias.
É o que a Stora Enso, uma empresa finlandesa da indústria de papel, acredita. Conferindo à lignina, uma substância presente em cerca de 30% das árvores, o poder de fazer com que as baterias utilizadas em veículos elétricos sejam carregadas mais rapidamente, em menos de 10 minutos.
(Fonte: Getty Images)
Essa propriedade pode ser explicada pela grande mobilidade que a lignina apresenta, já que é um polímero de carbono. Nas árvores, a substância dá liga às fibras que compõem a sua estrutura, tornando-as mais rígidas.
Já num circuito elétrico, por sua vez, a lignina vai além: por se tratar de um polímero orgânico e apresentar um material eletronegativo, chamado de ânodo, ela pode ser empregada na composição da bateria de forma análoga a atual, permitindo a passagem das partículas carregadas quando o sistema é ativado.
Uma das vantagens dessa tecnologia se dá pela necessidade de aquecer o material das árvores em temperaturas mais baixas que o carbono utilizado até então na composição das baterias. Obtido por meio do grafite, ele exigia o emprego de temperaturas acima de 3000?°C durante o processo de fabricação das baterias.
(Fonte: Getty Images)
Além do alto gasto energético durante a fabricação, também há a questão da dificuldade para reciclar baterias de lítio, chumbo e outros materiais tóxicos presentes nos inúmeros aparelhos que utilizamos atualmente, como os celulares.
O novo método, por sua vez, possibilita que árvores destinadas ao uso na indústria de papel sejam utilizadas, reduzindo ainda mais os impactos ambientais envolvidos no seu processo de produção, e conferindo aos carros elétricos um papel importante no uso de energias limpas.
A princípio, essa possibilidade de aplicação da lignina não era considerada e havia quem achasse que ela estaria restrita à produção de pilhas, visto que o desenvolvimento de baterias de carros elétricos exige uma maior escala energética.
Mas ao que parece, a transição energética parece estar se encaminhando para um novo rumo. A previsão é que a sua produção se inicie a partir de 2025. E até lá, novas descobertas interessantes poderão surgir.