Ciência
28/02/2023 às 09:00•2 min de leitura
Não é de conhecimento popular, mas existe um ramo da arqueologia destinado a pesquisar e estudar regiões e restos materiais que possuam alguma forma de relação com os relatos encontrados na Bíblia, ou nas histórias de religiões judaico-cristãs. A arqueologia bíblica fica concentrada no Oriente Médio, onde especialistas escavam nos países e locais mencionados nas escrituras bíblicas.
Alguns achados já permitiram ampliar o conhecimento humano sobre aspectos da antiguidade, enquanto outros seguem passando por escrutínio de historiadores e arqueólogos, de modo a entregar um parecer imparcial sobre as descobertas. Separamos casos de descobertas significativas e importantes feitas por esse ramo arqueológico.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Encontrados por arqueólogos bíblicos israelenses em 1979, os Pergaminhos de Prata de Ketef Hinnon são considerados uma das descobertas bíblicas mais relevantes de todos os tempos. Datados entre 650 a.C. e 587 a.C.m eles continham material escrito em paleo-hebraico, um idioma não utilizado há mais do que um milênio, considerada uma língua muito próxima da fenícia.
Historiadores afirmam que ela era utilizada como uma segunda língua pelos judeus. No material, trechos referentes aos livros de Êxodo e Deuteronômio estavam em dois pequenos carretéis de prata, enrolados com segurança. Foram encontrados por acaso, junto a uma tumba, perto de Jerusalém.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Por muito tempo, considerou-se que os Manuscritos do Mar Morto fossem o achado arqueológico bíblico mais antigo. Datados do final do século III a.C., foram encontrados por um jovem pastor, em 1947, em pedaços espalhados ao longo de diferentes cavernas na costa noroeste do Mar Morto.
Seu achado permitiu aumentar a compreensão acerca de aspectos da cultura judaica antiga, bem como de trechos presentes na Bíblia atual, já que eles cobriam todo o livro hebraico, com exceção do livro de Ester.
(Fonte: WIkimedia Commons)
A descoberta da Pedra de Roseta, um conjunto de informações escritas em três idiomas (grego antigo, hieróglifos e demótico) feita por um escriba, em 196 a.C., foi feita durante a invasão de Napoleão Bonaparte ao Egito, em 1799, mas está em posse de ingleses desde 1801, no Museu Britânico.
Ela contém os Decretos Ptolemaicos, textos legislativos editados pelo rei Ptolomeu V, em que se honrava os faraós reinantes, sugerindo que suas vidas deveriam ser cultuadas nos templos do Egito. O grande feito da Pedra de Roseta foi possibilitar a compreensão moderna dos hieróglifos egípcios, dando início a um novo ramo do conhecimento, a egiptologia.
(Fonte: Wikimedia Commons)
A Estela de Merneptah é uma antiga laje de pedra esculpida, guardada no Museu Egípcio do Cairo. Nela, é possível ver descritas as conquistas do faraó Merneptah, que reinou entre 1213 a.C. e 1203 a.C., sendo a mais antiga referência textual às terras de Israel. Ela comprova que os israelitas ocuparam as terras da antiga Canaã há 3200 anos.
A Estela de Merneptah descreve os inimigos que o faraó derrotou em suas campanhas, citando ter devastado Israel, o que se relaciona positivamente com outras evidências arqueológicas de assentamentos israelitas na área.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Na Bíblia, mais precisamente no Evangelho de João, é descrita a piscina de Siloé, local onde Jesus Cristo haveria curado um homem da cegueira. Considerado um local sagrado para as religiões judaico-cristãs, teve sua localização exata confirmada apenas em junho de 2004.
Um grupo de trabalhadores, que tentava consertar um cano de água, descobriu degraus antigos e parte de uma piscina, cuja datação revelou ser da época em que Jesus haveria vivido.
Ela está próxima à área conhecida como Jardim do Rei, na Cidade de Davi. A piscina de Siloé é cercada de vários sítios arqueológicos, onde até mesmo uma igreja do século V já foi descoberta.