Estilo de vida
01/03/2023 às 09:00•2 min de leitura
O esqueleto de uma mulher do século XVII, possivelmente acusada de ser vampira, foi encontrado em um cemitério na Polônia. Os restos mortais estavam enterrados seguindo práticas funerárias para impedir que as supostas criaturas sugadoras de sangue saíssem em busca de vítimas.
Conforme estudo publicado em setembro do ano passado por pesquisadores da Universidade Nicolau Copérnico, na Polônia, o corpo tinha uma foice na altura do pescoço. Da forma como o objeto estava disposto, cortaria a cabeça da jovem caso ela tentasse se levantar.
E os métodos de proteção contra vampiros não pararam por aí. Durante as escavações no cemitério localizado na vila de Pien, os cientistas acharam um cadeado triangular no dedão do pé, impedindo-a de sair dali.
Foice na região do pescoço. (Fonte: Universidade Nicolau Copérnico/Divulgação)
Outro detalhe que chamou a atenção foi a presença de um enorme dente saliente na boca do esqueleto da “mulher-vampira”. Os restos mortais da jovem estavam acompanhados de um gorro de seda, sugerindo que ela integrava uma família nobre.
Lendas sobre vampiros existem há milhares de anos, nas mais variadas culturas e regiões. Na Europa, os seres que se alimentam do sangue humano geraram medo na população ao longo de vários séculos, levando ao surgimento de alguns rituais para impedir que mortos acusados de vampirismo tentassem ressuscitar.
Além dos métodos com os quais os arqueólogos se depararam ao escavar o cemitério polonês, outra prática comum era cortar a cabeça e/ou as pernas dessas pessoas. Os rituais também podiam incluir enterrar o corpo com o rosto virado para baixo, queimar os restos mortais ou esmagá-los com pedras.
Cadeado que estava no pé dela. (Fonte: Universidade Nicolau Copérnico/Divulgação)
Na tentativa de impedir o retorno dos mortos-vivos, a população também era capaz de pregar o corpo no fundo da sepultura e de enfiar estacas no coração do falecido. O medo era tanto que, por volta de 1800, kits para matar vampiros começaram a ser vendidos.
Especialistas afirmam que o aumento de relatos de vampiros acontecia sempre que haviam mortes cujas causas não podiam ser explicadas pela ciência do período. Como em um padrão clássico de doença contagiosa, as supostas criaturas atacavam primeiro os familiares da vítima, depois os vizinhos mais próximos e toda a vila.
A causa da morte da “vampira” polonesa ainda não é conhecida. O professor Dariusz Polinski, líder da pesquisa, sugere que ela tenha sido vítima de alguma tragédia ou doença, mas não descarta a possibilidade de que a sua aparência ou comportamento diferentes provocaram medo em quem vivia na região.
Novos exames no esqueleto da jovem devem trazer mais revelações sobre os motivos da morte, mas os especialistas não acreditam que ela foi enforcada após um julgamento por bruxaria, por causa dos objetos encontrados em seu túmulo.