Ciência
04/03/2023 às 11:00•3 min de leitura
Os fósseis são registros importantes para que possamos entender como a vida evoluiu até os dias atuais.
Abaixo, você pode conferir a história por trás de cinco fósseis peculiares e as histórias que eles revelaram sobre o passado!
Réplica de um fóssil de Stupendemys geograficus. (Fonte: Wikimedia Commons)
A Stupendemys geograficus foi uma espécie de tartaruga pré-histórica gigante que poderia ser bastante ameaçadora. Ela habitou a região da Venezuela há cerca de 10 milhões de anos e é conhecida principalmente por seu tamanho. Podendo chegar a impressionantes 3 metros de comprimento, elas eram répteis capazes de se defender de predadores ferozes e protagonizar batalhas épicas entre si.
Um recente estudo revelou que em alguns fósseis é possível ver marcas que coincidem com mordidas de Purussaurus — um grupo de crocodilos que podiam chegar a 13 metros de comprimento. Além disso, essas tartarugas possuíam mandíbulas bastante poderosas, que as ajudava na defesa e na alimentação. Apesar do tamanho avantajado, elas provavelmente eram caçadoras eficientes, se alimentando de tartarugas menores, peixes e moluscos.
(Fonte: Chuang Zhao/University of Birmingham/Reprodução)
Os pterodáctilos são um grupo de pterossauro — répteis voadores — que viveram há cerca de 150 milhões de anos. Porém, diferente dos pássaros modernos, eles não eram capazes de pousar em árvores. Então, em 2021, paleontólogos descobriram um fóssil que mudou a compreensão sobre esses animais: eles tinham polegares opositores, como um primata.
Essa característica estranha fez com que ele recebesse o apelido de Monkeydactyl — algo como Macacodáctilo. Um estudo escaneou os fósseis desses animais e criou um modelo 3D da estrutura física deles, a fim de confirmar se eles tinham condições para se agarrar em galhos. A conclusão é que esses répteis realmente podem ter utilizado os polegares opositores para se sustentar e eliminar a competição com outros pterossauros por comida.
(Fonte: Kristen Miller/Biodiversity Institute/University of Kansas)
O Ártico é uma das regiões mais inóspitas da Terra. Embora existam algumas espécies de mamíferos capazes de suportar o frio intenso — como o urso-polar, a raposa-do-ártico, o elefante-marinho, baleias, entre outros —, não existe nenhuma espécie de primata endêmica da região... atualmente.
Porém, um estudo divulgado no início de 2023 revelou que o Círculo Polar Ártico tinha pelo menos duas espécies de primatas que habitavam as terras do norte há 52 milhões de anos. Esses animais eram parecidos com esquilos e pesavam pouco mais de 2 kg. Embora o Ártico fosse pantanoso e quente naquela época, eles ainda precisavam resistir aos seis meses de noite.
Para conseguir sobreviver nesta condição, seus fósseis revelaram que as mandíbulas deles eram incrivelmente poderosas. Isso permitia que eles mastigassem a vegetação dura que crescia em um ambiente sem sol.
(Fonte: ZHAO Chang/Chinese Academy of Science/Reprodução)
Todas as aves modernas são descendentes dos dinossauros. Porém, por muitos anos os paleontólogos não tinham um fóssil que ajudasse a entender em que momento houve a separação entre répteis e aves. Isso mudou no início de 2023, quando um grupo de pesquisadores anunciou um estranho fóssil que pode ser o elo entre esses dois grupos.
Chamado de Cratonavis zhui, a criatura viveu na China há cerca de 120 milhões de anos. O mais curioso é que ele possui todas as características de uma ave, exceto por um detalhe: o crânio, que é muito semelhante ao de um T-Rex.
Por se tratar de um descoberta recente, ainda não é possível afirmar de qual grupo ele descende e como ocorreu a mudança. Porém, a expectativa é que ele se torne a chave para desvendar o mistério da transformação dinossauro-pássaro.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Há algumas dezenas de milhares de anos, a Sicília foi o lar de duas espécies de pequenos elefantes — o menor deles era do tamanho de um pônei. Embora ambos sejam bem conhecidos, por muito tempo não se sabia como eles haviam chegado na ilha. Para tentar responder esta pergunta, foi realizado um estudo com DNA presente nos fósseis desses animais.
O resultado mostrou que eles eram descendentes de Paleoloxdon antiquus, elefantes gigantes que com mais de 4 metros de altura e 14 toneladas. Eles migraram para a Sicília entre 70.000 e 200.000 anos atrás, e como o local tinha poucos recursos, os animais começaram a diminuir de tamanho.
A cada geração, os indivíduos menores tinham um sucesso evolutivo maior e em apenas 40 gerações, eles perderam 85% de sua massa original e passaram de um dos maiores mamíferos terrestres que já existiram a pequenos elefantes.